O Brasil tinha 54,8 milhões de pessoas que viviam com menos de R$ 406 por mês em 2017, dois milhões a mais que em 2016. Isso significa que a proporção da população em situação de pobreza subiu de 25,7% para 26,5%.
Os dados fazem parte da Síntese dos Indicadores Sociais 2018, divulgada no último dia 5 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo utiliza critérios do Banco Mundial, que considera pobres aqueles com rendimentos diários abaixo de US$ 5,5 ou R$ 406 mensais pela paridade de poder de compra.
O Nordeste concentrou o maior percentual daqueles em situação de pobreza, 44,8%, o equivalente a 25,5 milhões de pessoas. Entre as unidades da federação, a maior proporção de pobres estava no Maranhão, com mais da metade da população, 54,1%, e em Alagoas, 48,9%.
O trabalho elaborado por pesquisadores do IBGE tem como principal fonte de dados para a construção dos indicadores a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2012 a 2017.
Mulheres pretas ou pardas são grupo mais vulnerável
A situação é mais grave entre os 7,6 milhões de moradores de domicílios onde vivem mulheres pretas ou pardas sem cônjuge com filhos até 14 anos. Desses, 64,4% estavam abaixo dessa faixa de renda de até R$ 406 mensais.
Para erradicar a pobreza, o estudo do IBGE apontou que seria necessário investir R$ 10,2 bilhões por mês na economia, ou garantir R$ 187 por mês a mais, em média, na renda de cada pessoa nessa situação.
A análise demonstra que não só a incidência da pobreza aumentou, mas também a intensidade, já que em 2016 esse valor era de R$ 183 a mais.