A comunidade Faxinal dos Rosas, em Chapecó, recebeu nesta quinta-feira (4), cerca de 300 pessoas, vindas de todo o estado de Santa Catarina. Agricultores, agricultoras, e entidades representativas da Agricultura Familiar participam do Seminário Resistência e Sustentabilidade Frente a Lógica do Capital.
A atividade tem o objetivo de dialogar sobre os desafios da Agricultura Familiar e Camponesa diante dos modelos produtivos sobre o domínio do grande capital e como nossas diversidades podem ser a chave para um novo projeto de desenvolvimento sustentável.
Durante a manhã, foi realizado a abertura oficial do evento, com mesa política de lideranças das organizações e entes políticos. No início da tarde, de modo bastante sensível e subjetivo, a mística representativa emocionou os presentes. Logo após, o professor do programa de pós graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), Ladislau Dowbor, coordenou o painel: “Do Capital Improdutivo aos Impactos na Agricultura Familiar”.
Ladislau Dowbor é formado em economia política pela Universidade de Lausanne, Suiça, doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, Polônia. Atualmente é professor titular no departamento de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, nas áreas de economia e administração. Além disso, é autor de cerca de 40 livros, incluindo o seu mais recente trabalho: "A era do capital improdutivo".
Para o Prof. Dr. Ladislau Dowbor, a Agricultura Familiar vem de várias funções e desempenha papel fundamental no atual cenário. “O potencial de expansão da Agricultura Familiar se dá na valorização do produto. A produção busca alta qualidade de produção, saúde, ausência de agrotóxicos, método de elaboração, e, também, inclusão dos diversos municípios que produzem, e de sua região”, conclui.
O coordenador geral da Fetraf-SC, Alexandre Bergamin, acredita que o professor Ladislau apresentou uma reflexão reveladora sobre a Era do Capital Improdutivo, que demonstra que não são os trabalhadores responsáveis por este cenário, mas, sim as pessoas que lidam com o capital financeiro. “Essa reflexão nos trouxe à tona a necessidade de agir de maneira diferenciada dentro de uma economia mais solidária, em que os recursos possam ficar mais nas comunidade e municípios. Estamos construindo caminhos interessantes a partir das cooperativas de crédito de economia solidária, das cooperativas de produção, que fazem o processo circular localmente. Estamos trilhando ações corretas para enfrentar essa lógica do Capital”, afirma.
O evento segue hoje, no seu segundo dia com o painel: “Estratégias do Capital para Agricultura e desafios para a Agricultura Familiar e Camponesa”, com o Prof. Dr. Pedro Ivan Christofolli, da Universidade Federal da Fronteira Sul.