Nossa homenagem às mulheres, trabalhadoras e guerreiras do nosso país, é no sentido de reafirmar a luta por maior participação política, igualdade em todos os espaços de poder, direito e facilidade de acesso à crédito, terra, moradia, cultura e, a adoção de medidas rigorosas de punição à violência.
Conduzir o processo organizativo no que se refere às mulheres, significa conquistar a equidade de gênero, reconhecer a importância da participação feminina no processo produtivo, no desenvolvimento da propriedade, das organizações e associações produtivas e, sua fundamental importância no ambiente familiar.
Em 2012, a FETRAF levanta mais uma bandeira na defesa dos interesses e direitos das mulheres. A Campanha pela Obrigatoriedade do Salário Maternidade de Seis Meses para Todas as Mulheres Trabalhadoras.
O objetivo não é apenas tornar obrigatória a concessão de licença maternidade pelo período de 180 dias, para trabalhadoras urbanas e rurais. Mas ampliar um direito à todas as mãe de cuidar e participar exclusivamente da vida dos filhos pelos primeiros seis meses, os mais importante da criança.
Responsáveis pela educação, pelo gerenciamento da rotina do lar, ativas no processo de produção e comercialização de alimentos e objetos artesanais, protagonistas em iniciativas de organização cooperativistas e, na constituição de agroindústrias, as mulheres, companheiras de luta, cujo reconhecimento está presente em todos os discursos, ainda enfrentam inúmeros desafios para desfrutar, na prática, desse termo.
Desigualdades de gêneros, violência, falta de políticas públicas que assegurem saúde de qualidade às mulheres agricultoras familiares, crédito para fomento às iniciativas e organizações produtivas, compõe a série de barreiras a serem ultrapassadas.
Mas cada vez mais as mulheres provam seu potencial produtivo e participativo. No meio rural iniciam as atividades na roça antes dos15 anos de idade, quando possuem sua própria família, além de todo o trabalho na propriedade, cuidam dos afazeres domésticos, totalizando uma jornada de trabalho de mais de 12 horas.
Embora representem 50% da população rural e 50% estejam em idade produtiva, menos de 15% das propriedades são administradas por elas, mas apesar disso, o papel da mulher no meio rural como liderança cresce gradativamente.
E é nessa perspectiva que consiste nosso trabalho. Em trazer à tona a importância das mulheres em instâncias decisivas, e inseri-las no processo de implementação de um novo modelo de desenvolvimento sustentável, justo e igualitário que tenha foco no respeito às diferenças e diversidades do país.
Parabéns às mulheres trabalhadoras na agricultura familiar
Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL