Coordenadora da CONTRAF BRASIL diz que organizações devem potencializar os enfrentamentos para eliminar a Violência contra as Mulh

25/11/2016 - 17:43

A Assembleia Geral das Nações Unidades escolheu esse dia como lembrança do 25 de novembro de 1960, quando as três irmãs Mirabal, ativistas políticas na República Dominicana, foram assassinadas.

 
No Dia Internacional de Eliminação da Violência contra as Mulheres, 25 de novembro, a coordenadora de mulheres da CONTRAF BRASIL, Graça Amorim, destaca que a data deve servir como reflexão, principalmente diante da atual conjuntura política, onde direitos conquistados nas últimas décadas estão sendo ameaçados. 
 
“Não temos o que comemorar e sim refletir. Vivemos em uma era onde a violência assola o mundo e no Brasil os passos são ainda mais graves com os retrocessos a comando do atual governo de Michel Temer”, diz a coordenadora referindo-se as últimas medidas do Governo, que acabou com a Diretoria de Políticas para as Mulheres Rurais.
 
A diretoria era responsável por políticas como o Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural com mais de 1,5 milhão de mulheres documentadas, o Programa de Apoio à Organização Produtiva de Mulheres do Campo, da Floresta, das Águas e das Marés, com 158.269 de mulheres que receberam apoio pelo o Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), o Pronaf Mulher, a Política Nacional de Agroecologia, o Programa de Apoio aos Quintais Produtivos, Fomento e apoio para as mulheres assentadas, as 57 Unidades Moveis de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres do Campo, da Floresta, das Águas.
 
“Foi uma década de conquistas dos movimentos do campo e que, agora, estão sendo perdidos na gestão de um governo contrário ao enfrentamento á violência. Precisamos potencializar as organizações e este dia para que os atos como este de Temer não influenciem no fim da promoção e valorização da mulher”, avalia Graça.
 
Violência contra as Mulheres
Pelos registros do Sistema de Informações de Mortalidade, entre 1980 e 2013, num ritmo crescente ao longo do tempo, tanto em número quanto em taxas, morreu um total de 106.093 mulheres, vítimas de homicídio. Efetivamente, o número de vítimas passou de 1.353 mulheres em 1980, para 4.762 em 2013, um aumento de 252%. A taxa, que em 1980 era de 2,3 vítimas por 100 mil, passa para 4,8 em 2013, um aumento de 111,1%.
 
Leis
No Brasil, em agosto de 2006, foi sancionada a Lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha. É um dispositivo legal brasileiro que visa aumentar o rigor das punições sobre crimes domésticos.
Em março de 2015 foi sancionada a Lei 13.104/2015, a Lei do Feminicídio, que considera homicídio qualificado o assassinato de mulheres em razão do gênero e classificando-o como crime hediondo e com agravantes quando acontece em situações específicas de vulnerabilidade (gravidez, menor de idade, na presença de filhos, etc.).
 
Dia Internacional de Eliminação da Violência contra as Mulheres 
O 25 de novembro foi instituído como o Dia Internacional de Eliminação da Violência contra as Mulheres. Em 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidades escolheu esse dia como lembrança do 25 de novembro de 1960, quando as três irmãs Mirabal, ativistas políticas na República Dominicana, foram assassinadas a mando do ditador Rafael Trujillo.
 
Campanha
16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres - refere-se ao período de 25 de novembro a 10 de dezembro, datas em que são celebrados o Dia Internacional para Eliminação da Violência contra Mulheres e o Dia Internacional dos Direitos Humanos, respectivamente. A campanha chama atenção para o fim da violência contra as mulheres. Os 16 Dias de Ativismo reforçam a importância da defesa e garantia dos direitos humanos para as mulheres. No Brasil, a Campanha tem início um pouco antes, no dia 20 de novembro, declarado o Dia Nacional da Consciência Negra – para reforçar o reconhecimento da opressão e discriminação históricas contra a população negra e ressaltar o grande número de mulheres negras brasileiras vítimas da violência de gênero.