As experiências brasileiras voltadas ao abastecimento de alimentos e promoção da agricultura familiar foram destacadas durante a Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar do Mercosul (Reaf), que ocorreu nesta quarta-feira (17), em Brasília. Representantes de governos e da sociedade civil e especialistas debateram as ações que podem ajudar os países da América Latina e Caribe a desenvolver os setores menos favorecidos do campo e garantir alimentos saudáveis para as populações locais.
William Clementino, da Confederação das Organizações de Produtores Familiares do Mercosul, destacou exemplos brasileiros exitosos como os programas de Aquisição de Alimentos e o de Alimentação Escolar e o Brasil Agroecológico – que induz a produção de alimentos saudáveis. “As políticas estimulam os agricultores familiares a não apenas sair da pobreza, mas ter mais qualidade de vida”, avaliou.
Clementino também ressaltou os desafios dos países do bloco: mercado justo, diversificação da produção e manutenção dos jovens no campo.
O debate ocorreu durante o Seminário de Políticas Públicas para Segurança e Soberania Alimentar: Produção e Abastecimento de Alimentos da Agricultura Familiar. O objetivo foi associar as políticas públicas da região com a produção de alimentos da agricultura familiar e o mercado de abastecimento de alimentos como parte das estratégias de promoção da segurança e soberania alimentar.
Experiências
Na Argentina, Venezuela e Cuba existem ações exitosas para garantir o abastecimento local e regional. Em Cuba, por exemplo, os técnicos buscam aprimorar a tecnologia para garantir a produção de alimentos e atender as condições locais. “A terra é patrimônio nacional e a extensão rural é o motor impulsor do desenvolvimento da agricultura urbana, suburbana e familiar”, disse o diretor de Agricultura Urbana e Suburbana do Ministério da Agricultura de Cuba, Nelson Companioni.
Plano para Segurança Alimentar e Nutricional
Durante o seminário, foi apresentado o Plano para Segurança Alimentar, Nutricional e Erradicação da Fome da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). O consultor da FAO, Arnaldo Chibbaro, falou sobre as ações para desenvolver sistemas agroalimentares inclusivos e eficientes. São elas: os programas de abastecimento, o fortalecimento das compras públicas, a facilitação do comércio interregional e a diminuição de perdas e desperdícios - o que engloba a melhoria de infraestrutura, armazenamento e adequação das normas sanitárias.