Escrito por Fernanda Silva- IMPRENSA FETRAF-BRASIL
Reunidos na manhã desta quarta-feira (25), com a Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), dirigentes da FETRAF-BRASIL discutiram a necessidade de ampliação dos territórios da cidadania, criação de centrais de distribuição dos produtos da agricultura familiar e, fortalecimento e organização das cooperativas. A SDT irá estreitar a relação com FETRAF-BRASIL para traçar diretrizes para atender a demanda. A agregação de municípios aos Territórios da Cidadania e a questão da juventude compõe as metas de atendimento das propostas apresentadas.
Desde o ano passado a entidade reivindica apoio da secretaria no que se refere ao fortalecimento das cooperativas. Embora elas enfrentem dificuldades tanto para implantação de infra-estrutura quanto no que se refere a gestão, segundo Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL isso não é justificativa para não incentivar a organização das cooperativas.
?Há dois anos reivindicamos incentivo para fortalecer nossas cooperativas. Seja com as cooperativas de produção e comercialização e de habitação, no contexto das que já existem que temos que fortalecer com a contribuição da SDT e MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) para realizar cursos de capacitação para melhorar a gestão e criar cooperativas onde não existe?.
O departamento de Dinamização Econômica e Cooperativismo apresentará mapeamento da base de serviço da SDT em reunião com a FETRAF-BRASIL na segunda semana de junho. A entidade, por sua vez, apresentará a demanda dos locais que já contam a base, mas precisam avançar no cooperativismo e, os lugares que necessitam da criação das mesmas.
Jerônimo Rodrigues de Souza, secretário do Desenvolvimento Territorial mencionou a importância da reivindicação da FETRAF-BRASIL de que haja articulação entre os ministérios e citou a habitação como exemplo. ?Políticas públicas como habitação não são desenvolvidas se não tiver energia elétrica, saneamento, estradas, etc?.
No contexto em que entidade, via Cooperativa de Habitação dos Agricultores Familiares (Cooperhaf) viabiliza a construção de moradias, as outras políticas que permeiam a questão da casa que na compreensão da FETRAF-BRASIL não pode ser considerada apenas como a unidade habitacional, o grupo especial para acesso ao Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) tem sido excluído.
?Não é a casa que temos que discutir, mas a família. O trabalho que a FETRAF desenvolve na habitação não tem conseguido atingir aqueles que estão em situação de extrema fragilidade social?, explicou. A falta de regularização fundiária, documentação pessoal e até estrutura da própria organização tem impedido o atendimento à esse público. Para fortalecer as cooperativas de habitação, a FETRAF-BRASIL apresentará estratégias e diretrizes para alcançar este objetivo.
Sobre os Territórios da Cidadania o secretário informou que a coordenação do programa está em fase de discussão.
?Antes ela era comandada pela Casa Civil, mas na atual conjuntura, o programa não cabe mais na Casa. Portanto, temos três opções, ministério do Planejamento, Desenvolvimento Social ou secretaria Geral?.
Com corte no orçamento, esse ano a SDT terá R$ 350 mil para investimento nos territórios e não será possível ampliá-los, mas irá estabelecer agendas como os estados que tem municípios caracterizados como pré-territoriais para que, em acordos com governos estaduais sejam agregados.
Preocupados com a educação e a juventude rural, a SDT encaminha decisões sobre Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) e apoia conferências. Objetivo é contar com outros setores do governo para articular as ações.
?A SDT tem clareza da importância da juventude para o desenvolvimento sustentável e da sucessão nas propriedades por isso abraçamos a questão, juntamente com o Condraf (Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável) e estamos apoiando a realização das conferências para que contribuam politicamente para o debate da sustentabilidade?, expôs Fernanda Costa Corezola, do Departamento de Ações de Desenvolvimento Territorial.