Escrito por Fernanda Silva- IMPRENSA FETRAF-BRASIL
Promovido pela Central Unica dos Trabalhadores (CUT) o auditório Nereu Ramos, anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília, sediou nesta quarta-feira (28), o Seminário Nacional As Mudanças no Código Florestal e os Desafios para o Desenvolvimento Sustentável. A ocasião se caracterizou como mais uma ação para defender o meio ambiente das propostas de alteração do Código Florestal elaborada pelo deputado Aldo Rebelo.
Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL, levantou o fato de o país viver momento importante de mudança e atualização do Código e cobrou do governo federal prioridade à questão ambiental.
?O governo precisa ter posição criada a partir de todas as proposições do conjunto da sociedade organizada. Nesse momento é preciso, além de nos posicionar, de nos fortalecer como na Marcha dos movimentos sociais em defesa do código para demonstrar ainda mais a unidade da luta?, discursou.
Segundo a coordenadora, a votação do substitutivo escrito por Rebelo já na próxima semana significa ?um golpe nos trabalhadores que disputam projeto de desenvolvimento que busca o fim da hegemonia política. Além de estar a serviço de grupos econômicos, em especial, do agronegócio?.
De acordo com as reivindicações dos movimentos sociais em favor da proteção ambiental, Braulio Ferreira Dias, secretário de Biodiversidade do ministério do Meio Ambiente (MMA) disse compreender a necessidade de revisão e atualização do código, ?mas sem este seja desvirtuado ou mutilado?.
?E preciso também dar tratamento diferenciado para a agricultura familiar, concordamos com isso, além do apoio, capacitação aos produtores e pagamento por serviços ambientais?, disse Braulio, que colocou a possibilidade do Código Florestal também agregar a tecnologia da água, projeto já desenvolvido em alguns municípios de apoio e estímulo aos agricultores que protegem a água. A ideia é estender o projeto para todo o país.
Todos os presentes ressaltaram o fato do texto de alteração do código florestal ser nocivo à agricultura familiar e à toda a sociedade brasileira. Ela inviabiliza o papel do código de proteger o meio ambiente e garantir o desenvolvimento sustentável.
Carmen Helena Ferreira, secretária Nacional de Meio Ambiente da CUT atentou para a lógica do seminário, que consistiu em reforçar as manifestações sociais ocorridas até o momento e para a tentativa de manipulação política, ocorrida em nome dos produtores da agricultura familiar, de que Aldo Rebelo é o porta-voz da categoria. ?Temos certeza de que se ele fosse o porta-voz da agricultura familiar não imprimiria um relatório que vai contra o processo de desenvolvimento que vimos empreendendo no país.
Como encaminhamento, o documento elaborado pela CUT será encaminhado ao governo, às lideranças da Câmara e ao próprio Aldo Rebello.
Participaram também do seminário cerca de 100 agricultores familiares da FETRAF-DFE, a deputada Luci Choinacki mediadora do seminário, deputados Assis do Couto, Padre Tom, Fernando Marani, Márcio Macedo, José Batista de Oliveira, da Direção Nacional do Movimento Sem Terra (MST), Marcio Astrini do Greenpeace, Julio Barbosa, secretário Nacional do Meio ambiente do Partido dos Trabalhadores (PT) e Luis Carvalho, assessor do MMA.