A Oficina de Planejamento do PNCF (Programa Nacional do Crédito Fundiário) em Chapecó/SC aconteceu nos dias 30 e 31 de março no Centro de Movimento das Mulheres Camponesas. Reuniu diretores da FETRAF/SUL, a coordenação das sete regiões do estado e diretores de sindicatos que trabalham fortemente com o programa de crédito fundiário em suas bases.
Em síntese, foi introduzido o PNCF e apresentado suas linhas. Houve discussões a respeito dos fluxos das propostas, debates sobre tetos e normas do programa, onde extraíram pontos positivos do Crédito Fundiário no estado. Avalia-se pelos diretores e agricultores presentes que o programa é excelente para possibilitar a permanência do jovem e de famílias no meio rural. Possibilita ainda a fixação do homem e da família na agricultura. Algumas dificuldades da região serrana de Santa Catarina foram apontadas. Dentre elas o número grande de peões que trabalham em fazendas. Mas através do programa, esses peões poderão ser agricultores familiares, com independência financeira e estabilidade na família. Nas regiões oeste do estado, Alto Vale e região, o programa tem trabalhado na consolidação da agricultura familiar, onde os filhos começam a constituir novas famílias e se tornam independentes dos pais. Então é preciso comprar outras terras e o PNCF permite a ampliação e consolidação desse novo grupo familiar na agricultura.
Aspectos negativos também foram levantados. “O atual formato do programa, dificulta a contratação de novas propostas. Além de tudo é burocrático. Sem contar nos altos preços das terras. Então pensamos em uma proposta de alteração do fluxo, no intuito de simplificar e desburocratizar a contratação do programa. Vamos apresentar a ideia para a câmera técnica do estado e para o MDA e se for aceita, teremos maior agilidade nas contratações. O programa precisa ser alterado em alguns pontos como, renda, patrimônio e teto”. Explicou Marcos Rozar, coordenador do PNCF no estado.
Marcos falou também sobre a importância do programa para os agricultores. “Temos considerado o PNCF como uma politica pública de acesso a terra, com grande atuação no últimos anos que proporciona outros benefícios. Junto com a terra vem o acesso ao PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) que viabiliza o agricultor a receber habitação, energia e outras políticas de estado como “Troca Troca de Sementes”. Sem contar na própria distribuição de calcário para a correção de solo. No momento em que a família é alcançada pelo programa do credito fundiário, abre um leque de possibilidades para que outras politicas publicas cheguem até ela. A renda familiar aumenta e temos qualidade de vida. Isso é visível em toda propriedade que chega o programa. Então o PNCF tem grande importância no estado para consolidar a agricultura familiar”.
A oficina tratou também das capacitações para agricultores, fez levantamentos de famílias com condições de acessarem o programa e possíveis regiões com terras a serem adquiridas. E por fim, um agendamento será criado juntamente com os sindicatos para formar e capacitar técnicos nos próximos meses, dentro da linha do credito fundiário.
Francisco Beltrão/PR
Já a oficina que aconteceu nos dias 31/3 e 01/04 no Paraná, reuniu vários coordenadores, técnicos e dirigentes sindicais que vão atuar em 36 municípios do estado. Todos empenhados para começar a trabalhar o PNCF. Na oficina foi apresentado o planejamento da técnica responsável pelo programa, Simoni Paladini, onde vai realizar capacitações em cada município e dar seus primeiros passos no PNCF. “Esta oficina é importante porque esclarece a atuação de cada município dentro do programa, traça metas e planeja ações para cada um deles”. Explicou Simoni.
Segundo a coordenadora pedagógica do Programa e agrônoma da FETRAF/BRASIL Kélita Marques, o Paraná possui diferencias para ter êxito no programa. “Acredito que o estado possui um solo produtivo, além de possuir um histórico positivo e experiências dentro do Programa de Crédito Fundiário. Portanto espero um número significativo de propostas cadastradas mesmo com o alto valor da terra”. Ela que acompanha de perto as oficinas percebe que o PNCF pode mudar a realidade no meio rural. “O pequeno agricultor tem muita vontade de mudar de vida e produzir para si mesmo, sendo dono do próprio negócio. Por isso o objetivo é contribuir para a diminuição da pobreza rural e melhorar a qualidade de vida das famílias , mediante o acesso a terra”. Finalizou Kélita.
Próxima oficina de Planejamento:
ESTADO |
PERÍODO |
SÃO LUÍS-MA |
09 E 10 ABRIL |