Foto: Glauco Benetti
Agricultores familiares de mais de 30 municípios fizeram manifestação em frente ao Banco do Brasil e da Secretaria do Desenvolvimento Regional (SDR) em Chapecó, Santa Catarina, na quinta-feira (15). A FETRAF-SUL/CUT, a Via Campesina e as lideranças sindicais da região coordenaram a atividade.
A manifestação aconteceu, pois os problemas da estiagem no oeste catarinense vêm se acumulando sem apresentação de resultados por parte do governo Federal e Estadual. “A nossa expectativa é de que os governos possam dar mais atenção aos agricultores familiares, camponeses e às prefeituras municipais no sentido de dispor recursos e políticas para amenizar os problemas da estiagem”, aponta o coordenador Estadual da FETRAF-SUL/CUT em SC, Alexandre Bergamin.
O coordenador lembrou ainda que os recursos disponibilizados pelo Estado são considerados “vergonhosos”, pois a Agricultura Familiar contribui com 36% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Claudiomar Cerutti, presidente do sindicato de Ipumirim, comentou a situação dos agricultores com a estiagem. “Os problemas só vão aumentar com o passar do tempo. Vai começar o inverno, vai chover, mas os problemas da agricultura vão continuar. O que todos nós perdemos na lavoura é um grave problema e que precisa de uma solução”, concluiu.
O Banco do Brasil recebeu os representantes sindicais para uma reunião por volta das 11 horas, ouviu os principais pontos de pauta e as reivindicações e o gerente do banco em Chapecó, Rildo Lazarotto, afirmou que fará os encaminhamentos necessários para atender a classe trabalhadora. “Nós queremos que a agricultura familiar seja tratada e tenha as mesmas condições como qualquer outro cliente nosso”, afirmou.
Outra reunião aconteceu com o secretário da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), Eldimar Jagnow. A pauta Estadual dos movimentos sociais foi entregue e os problemas foram elencados pelos participantes. Segundo Jagnow, a preocupação do Estado com a agricultura já foi transmitida á defesa civil, ao governador Raimundo Colombo e ao secretário João Rodrigues. “Na semana que vem teremos uma reunião com o governador, vamos encaminhar a pauta e discutir com ele o que pode ser encaminhado”, disse Jagnow.
A mobilização desta quinta-feira reuniu mais de 150 pessoas. Caso os encaminhamentos e as soluções para os problemas não forem apresentados, as mobilizações continuarão na semana de 26 a 30 de março com mais intensidade.
Resultados da Assembléia em Brasília
Também durante a quinta-feira, o coordenador Geral da FETRAF-SUL/CUT, Celso Ludwig, participou da audiência com diversos ministérios para tratar sobre o tema. Como encaminhamento definiu-se:
1- Um grupo de trabalho irá discutir os temas de irrigação, cisternas, a reposição das perdas da agricultura familiar e o Pronaf Eco;
2- Os recursos para as prefeituras foram acordados para a compra de retro escavadeiras e o pagamento do combustível usado para transporte de água às propriedades;
3- Está garantido a prorrogação também do custeio pecuário com parcelas que vencem nesse período para depois de 31 de junho;
4- Parcela de investimento vincenda até junho, terão prorrogação para a última parcela do contrato;
5- Custeio de lavoura: o que o Proagro Mais não cobrir, o agricultor poderá renegociar junto ao agente financeiro;
6- O milho da Conab estará disponível na próxima semana.
De acordo com Ludwig, é preciso avançar em três pontos: "criação do grupo de trabalho que já está organizado, equipe para discutir a questão do seguro agrícola e o mais importante, a FETRAF-SUL/CUT não aceitará que nenhuma solução seja adotada para a questão da renda do agricultor familiar. Queremos respostas”, conclui Ludwig.
Uma nova reunião da comissão acontecerá no dia 20 de março.
*Fonte: Imprensa FETRAF-SUL