Em Brasília, a Federação da Agricultura Familiar do Estado de São Paulo (FAF/CUT-SP) e os movimentos dos Atingidos por Barragens (MAB) e, dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reuniram-se com o governo federal para tratar da pauta de reivindicações dos movimentos do campo. A resposta será dada em uma Plenária em São Paulo, prevista para a semana do dia 18 de maio.
Em meados de março, os movimentos empreenderam uma luta unificada pelos direitos no campo e em defesa do projeto popular para o Brasil. Na ocasião, além de uma marcha pela Avenida Paulista, na capital, os trabalhadores do campo ocuparam o gabinete da Secretaria Geral da Presidência da República para apresentar o documento e solicitar a abertura do dialogo com os ministérios e demais órgãos.
Isso aconteceu porque, de acordo com o presidente da FAF/CUT-SP, Marco Antonio Pimentel, é urgente a adoção de um novo comportamento do governo federal com os movimentos sociais e sindicais do campo.
“Durante a reunião com a Secretaria Geral, expusemos ao governo a construção coletiva feita em São Paulo, também dada sua importância pela atual conjuntura, e o quanto é preciso que o governo federal tenha uma postura de aproximação do mundo rural no nosso estado. E isso precisa ser demonstrado com uma atividade importante em São Paulo, com os ministérios que dialoguem com a nossa pauta e, onde possam participar as nossas lideranças regionais, locais. O governo precisa fazer esclarecimentos direto para o nosso povo sem que mais uma vez eles fiquem sabendo por meio de notícias”, explicou.
De acordo com Liciane Maria Andrioli, coordenador Nacional do MAB, a reunião com o ministro da Secretaria Geral, Miguel Rosseto, e o secretário executivo da Pasta, Laudemir Müller, foi muito positiva, pois foi possível transmitir a importância do estado de São Paulo para a política e economia do País, e que o governo precisar dar maior atenção aos movimentos.
“Começou a mesa de dialogo com governo que é fruto de toda a nossa mobilização e que tende a se perpetuar. Nós obtivemos retorno e sinalizações das próximas reuniões como a construção de Grupo de Trabalho para apontarmos possibilidades concretas de conquistas para os trabalhadores”, disse. Segundo Liciane, o governo deve vir para a Plenária fazer o debate e anunciar as conquistas a serem alinhadas pelo GT.
Até maio deverão ocorrer reuniões preparatórias para a Plenária. A primeira será entre os movimentos e Secretaria Geral da Presidência para definir, dentre outros aspectos, a metodologia do Grupo de Trabalho. As demais reuniões contarão com a participação dos ministérios, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento econômico e Social (BNDES), acompanhas pela Secretaria Geral da Presidência.
O coordenador Estadual do MST, Joaquim Modesto da Silva, observou que unidade dos movimentos não será apenas até a realização da Plenária. “Com público estimado em três mil pessoas a ideia é que em julho, na semana em comemoração ao Dia do Agricultor, nossas organizações promovam um encontro dos trabalhadores do campo, para que possamos traçar os objetivos e os rumos para a agricultura familiar no estado de São Paulo”, disse Silva.
A Pauta
O documento entregue com as reivindicações, a Pauta Unitária, tratam de pontos gerais como o Projeto Popular para o Brasil, como plebiscito Oficial para Reforma Política; Democratização dos meios de comunicação, Projeto Energético Popular e, aspectos específicos, como a liberação imediata dos recursos para o Minha Casa Minha Vida Rural, criação da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens, fortalecimento do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, estabelecimento de novos prazo para renegociação de dívidas, entre outras.