Agricultores e agricultoras familiares temem por seus direitos como também repressões que vem ocorrendo nos espaços democráticos de construção de políticas públicas da agricultura familiar. Após Michel Temer exonerar o presidente da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (ANATER), Paulo Guilherme Cabral, no último dia 22 de junho, a categoria acredita que o governo interino corre em direção ao abismo das políticas sociais.
“Assim como na EBC o governo Temer comete mais uma injustiça ao demitir o presidente da Anater, Paulo Guilherme. Isso demonstra mais uma vez o despreparo deste governo, a falta de compromisso com os órgãos que foram construídos para dar vazão a um conjunto de políticas públicas”, comenta o coordenador geral da Fetraf Brasil, Marcos Rochinski.
A criação da Anater foi um momento histórico para a agricultura familiar e significou o fortalecimento da classe. O órgão, por meio de suas ações oferece assistência técnica aos agricultores. Segundo Marcos, essa foi uma das principais conquistas dos movimentos sociais do campo nos últimos períodos.
A preocupação da Fetraf Brasil é justamente a falta de diálogo do governo interino, quando exonera um presidente que representa a classe e que foi constituído coletivamente com os movimentos sociais. “Estamos repudiando essa atitude porque ao contrário do que tínhamos no governo Dilma, que podíamos opinar, construir juntos um processo de direção para a agência com pessoas que realmente tinham condição de desenvolver a política de assistência técnica e extensão rural, o governo Temer toma essa atitude sem ouvir as representatividades dos agricultores e agricultoras familiares”, pontua o coordenador.
A Fetraf e Contag são entidades que compõe o Conselho de Administração da Anater. Rochinski diz que vê com preocupação essas exonerações de dirigentes e questiona. “O governo também vai destituir conselheiros e colocar pessoas com interesses partidários? ”.
Rochinski, lembra que o interesse público na administração pública, que representa a impessoalidade e afasta o interesse privado é um dos pilares da CF/88, portanto atitudes como essa do atual governo são um agravo a democracia. “Esperamos que a justiça faça ‘justiça’ revertendo mais essa arbitrariedade do governo Temer”.
Assessoria de comunicação da Fetraf Brasil