Litros de leite são desperdiçados por falta de condições de escoamento em Goiás

05/12/2018 - 12:34

Agricultura Familiar dos assentamentos de Goiás ficam no prejuízo e são obrigados a jogar fora litros de leite

Estradas em péssimas condições de tráfego que inviabilizam a passagem de caminhões, carros e eliminam a possibilidade de escoamento da produção de leite de pelo menos cinco assentamentos na região de Caiapônia, município localizado à 318km de Goiânia.

Os agricultores e agricultoras familiares dos assentamentos de Eldorado dos Carajás, Conquista, Querência, Morrinhos II, Padre Ilgo estão sendo obrigados a jogar fora litros de leite, porque não tem como escoar a produção pelas estradas e nem mesmo distribuir a grande quantidade. Na região também não há mais local para armazenamento e os prejuízos só aumentam a cada dia.

O problema das estradas já se arrasta há mais de dois anos, devido ao descaso do poder público estadual e municipal. De acordo com as lideranças sindicais, as autoridades e gestores já sabem sobre o problema, no entanto não atendem as reivindicações dos sindicatos e nem oferecem soluções para a falta de escoamento da produção da Agricultura Familiar, desta região, que tem o carro chefe da produção, o leite.

As fortes chuvas deste período do ano agravam as condições das estradas, e agora, inviabilizam quase que por completo a passagem de qualquer veículo na região.

A Fetraf Goiás, representando a classe trabalhadora, já mobiliza suas bases e reivindica dos governos estadual e municipal, de forma emergencial, o inicio de obras de cascalhamento e conservação dos trechos das estradas, no sentido de acabar com os prejuízos e desperdício de alimentos.

“Esse problema não é de agora. O sentimento é de revolta porque os governos sabem do que estamos passando. A verdade é que os governos têm desprezado nossa produção. Mas queremos dizer que isso é alimento e alimento saudável, que abastece muitas famílias da cidade. Sem falar que são litros de leite jogado fora, quando temos muita gente passando fome. Isso é inaceitável, é uma vergonha”, comenta Gerailton Ferreira, da diretoria da Fetraf GO.

Ainda, segundo a liderança sindical, os agricultores e agricultoras familiares esperam que esse novo governo possa atender a pauta da categoria. “Todas as vezes que acionamos o governo a resposta é que aguardavam o período das chuvas cessar para iniciar as obras. Esse período já chegou, já passou e retorna e até agora nenhum sinal de obras”.