A Fetraf-RS (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul) e a Unicafes-RS (União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária) protocolaram no último dia 27 reivindicações para mitigar os prejuízos da estiagem e do coronavírus aos agricultores familiares. A pauta conjunta expressa o entendimento de que a função da agricultura familiar e do cooperativismo, nesse momento de dificuldade de coronavírus, é produzir alimentos para a sociedade.
Para Rui Valença, coordenador geral da Fetraf-RS, “a entrega desta pauta da agricultura familiar é muito importante neste momento porque, infelizmente, para os agricultores familiares do Rio Grande do Sul estamos vivendo duas situações muito difíceis: os prejuízos causados pela estiagem, com perda de grãos consolidada de 70 a 100% em muitos casos, e agora, num segundo momento, não temos mais alimentação e água para os animais; e a outra grande crise que estamos vivendo são as restrições causadas pelo coronavírus que, no nosso entendimento, são necessárias, porém, isso vem causando grandes transtornos para a agricultura familiar porque temos muitos agricultores que já começam a ter dificuldades de fazer a comercialização de seus produtos”.
Para Gervásio Plucinski, presidente da Unicafes-RS, “o Rio Grande do Sul está vivendo um momento totalmente diferenciado, com uma crise do coronavírus e também da estiagem, uma das maiores dos últimos anos. Por conta do coronavírus, o tema da estiagem está sendo deixado de lado pelo governo do estado, que não está dando a atenção necessária. Essa pauta tenta, de alguma forma, minimizar o sofrimento da agricultura familiar e das cooperativas, que estão passando devido a esses dois temas. Quero destacar um dos temas da nossa pauta, que é a produção de alimentos para escolas e universidades, que agora estão com as aulas suspensas, então, o agricultor já teve dificuldades, perdas para produzir, mas, mesmo assim, se organizou pra fazer essa produção, agora as aulas foram interrompidas e ele precisa colocar essa produção em algum mercado. Então, é o comprometimento do governo do estado em adquirir, até porque já tem um recurso previsto de um convênio assinado lá em 2014, que teria ainda um valor total de 25 milhões e seria um momento oportuno do governo utilizar esse recurso para que pudéssemos fazer essa compra da agricultura familiar e garantir que o agricultor tivesse a renda e, ao mesmo tempo, que as pessoas carentes poderiam ser beneficiadas com a distribuição desses alimentos. Acreditamos que o governo precisa olhar com carinho para essa pauta, pois ela dialoga tanto com o tema do coronavírus quanto da estiagem que estamos vivendo”.