A reforma previdenciária é uma afronta a evolução histórica dos direitos sociais conquistados por meio de acirradas disputas políticas e debates envolvendo entidades sindicais. Para os movimentos, que defendem os interesses do campo, a Previdência Social significa o maior avanço nas políticas sociais, quando ampliou os benefícios de meio para um salário mínimo, reduziu em cinco anos a idade e tempo de serviço para efeito de aposentadoria e incorporou milhares de trabalhadores como segurados especiais.
Diante do risco da perda de direitos, coordenadores da CONTRAF BRASIL reuniram-se com o líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados - Carlos Zarattini, deputada federal Erika Kokay, representantes da Via Campesina e Contag, no último dia 24, para traçar as estratégias de combate a PEC 287.
“Nós, mulheres, seremos as mais prejudicadas, pois aumentará 10 anos na idade de aposentadoria, sem considerar a nossa jornada tripla de trabalho”, destaca Elisângela Araújo, coordenadora de formação e educação profissional da CONTRAF BRASIL e diretora executiva da CUT Nacional.
Segundo Elisângela, os movimentos farão um recorte das propostas destacando o quanto as mulheres serão penalizadas com a Reforma da Previdência. As organizações agendam uma grande manifestação nacional, com atos, assembleias, paralisações, ocupações, no dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher, para chamar atenção da sociedade sobre o projeto de lei diabólico – PEC 287.
“Não queremos que seja uma luta apenas dos movimentos, é preciso que a sociedade desperte para a situação. Também vamos mobilizar os deputados para que votem contra esse absurdo que transforma o trabalhador em escravo”, pontua Elisângela.