A edição brasileira do Le Monde Diplomatique publicou em seu site, nesta quarta-feira (5), o artigo intitulado “Até quando esperar? Os brasileiros precisam saber o que comem?”, de autoria das conselheiras Ana Paula Bortoletto e Elisabetta Recine, do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
No texto, as conselheiras destacam a importância da proposta defendida por diversos órgãos e entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais, de que seja registrada na parte da frente do rótulo dos alimentos uma advertência sobre a presença de nutrientes críticos que, se consumidos em excesso, são comprovadamente fatores de risco para ganho de peso e doenças crônicas como hipertensão e diabetes.
“O Consea tem feito recomendações ao Ministério da Saúde e à Anvisa nas quais ressalta que a mudança na rotulagem nutricional é uma medida de proteção aos direitos à informação e à alimentação adequada”, afirmam Ana Paula Bortoletto e Elisabetta Recine. “É preciso garantir o acesso à informação correta, precisa e de fácil compreensão. Esse é um pilar fundamental dos direitos do consumidor”.
Para elas, há enorme resistência de entidades representantes do setor privado quando se discutem iniciativas para aprimorar a rotulagem dos alimentos no sentido da proteção a estes direitos. “Saber o que comemos é um direito de todos. O acesso à informação sobre produtos e serviços exige a atuação das autoridades públicas reguladoras e fiscalizadoras”, avaliam.
“Está na hora de mostrar a verdade que se esconde nos rótulos das embalagens dos produtos alimentícios ultraprocessados. A indústria de alimentos não pode continuar vendendo produtos com baixo teor de informação”, concluem as conselheiras.
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