A capital catarinense foi palco de um grande evento que iniciou no dia 30 de julho e que encerra nesta sexta-feira (4/8) no campus da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, em Florianópolis. Mais de 8 mil mulheres de vários países estão reunidas no Mundos de Mulheres e llº Fazendo Gênero, um dos maiores eventos feministas do mundo.
Os debates incluíram assuntos pertinentes às relações de trabalho, racismo, homofobia, aborto, mulheres indígenas, camponesas, mídia e religião e foram apresentados e discutidos em salas e tendas organizadas especialmente para o evento. O momento é único para o envolvimento das ações práticas dos movimentos sociais, junto com a teoria e a prática cotidiana do feminismo.
Com agendas simultâneas de atividades com 160 simpósios temáticos, 33 mesas redondas, 4 conferências, 95 oficinas, l7 minicursos, 40 rodas de conversa e várias outras atividades culturais. Lideranças mulheres da CUT se dividem entre diversos debates e contribuem com a experiência da organização sindical e os desafios enfrentados diariamente pelas mulheres trabalhadoras.
As mulheres da FETRAF SC presentes no evento puderam prestigiar e aprender sobre diversos assuntos. Rosane Bertotti, secretaria de Formação da CUT, que representou a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar FETRAF/Brasil, destacou que o feminismo no campo é a prática do poder viver. “Temos um quadro muito dramático com alto índice de violência contra a mulher no campo. Precisamos enfrentar de forma coletiva esse cenário. O Mundos de Mulheres é um espaço que nos fortalece e nos da a possibilidade de construção coletiva entre a academia e os diferentes movimentos do campo”, reforçou.
Adriana Maria Antunes de Souza, integrante da coordenação da FETRAF SC e secretária de Comunicação da CUT-SC, avaliou um dos pontos que diz respeito à mulher e a mídia. Para ela, “pensar na comunicação, no poder que ela tem de rotular os indivíduos e como ela interfere na visão que a sociedade nos coloca do que é ser mulher, é um debate que nós trabalhadoras temos que acompanhar e pensar ações de enfrentamento de forma coletiva”.
A coordenadora de Formação da FETRAF SC, Enelsi Mariani avaliou a participação no evento como muito positiva e produtiva. “O espaço nos permite olhar o futuro, repensar princípios e valores para que possamos ser ainda mais fortes e combatentes quanto à opressão, ao assédio e à violência enfrentada pelas mulheres”, afirma.