O anúncio de fechamento do Banco do Brasil, feito na segunda-feira (11), pelo ministro Paulo Guedes “obviamente faz parte de uma estratégia do governo de privatização de mais esse instrumento que ao longo dos anos foi importantíssimo para operacionalização e expansão do crédito rural para os agricultores familiares em todo o território brasileiro”, avaliou Marcos Rochinski, coordenador Geral da Contraf-Brasil.
A entidade repudia a ação que irá demitir até 5 de fevereiro deste ano, cinco mil trabalhadores e trabalhadoras, por meio de um Plano de Demissão Voluntária (PDV). Além disso, 112 agências serão fechadas e mais, 242 postos de atendimento (PA) e sete escritórios, num total de 361 unidades (ainda não foi anunciado os locais). O comunicado foi feito ao mercado financeiro pelo vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores, Carlos José da Costa André.
Essa atitude desconsidera a função social do banco público. “O Banco do Brasil vem sofrendo desmonte gradativo. Ele tem deixado de ser efetivamente um banco público e tem migrando nessa perspectiva de não se rum banco que opera efetivamente programas sociais”, considerou o coordenador.
“O fechamento de agências pode trazer problemas para os agricultores familiares. Embora ainda não tenha sido divulgado os locais, há municípios onde a única agência bancária existente é do Banco do Brasil e esse instrumento tem sido ao longo dos anos importantíssimo para operacionalização e expansão do crédito rural para os agricultores familiares em todo o território brasileiro”. São mais de 73 milhões de contas espalhadas por todo o país e 55% de todo o crédito da agricultura familiar proveniente do BB.
Outro aspecto importante a considerar é que ao fechar agencias será priorizado o atendimento eletrônico e ou virtual e mais uma vez a agricultura familiar é penalizada.
A categoria que emprega 10 milhões de pessoas no Brasil e é responsável por movimentar R$ 107 bilhões na economia, o que corresponde a 23% da toda a produção agropecuária do país, de acordo com o IBGE, enfrenta, dificuldade de acesso à internet. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 21% da população rural não tem acesso à internet banda larga.