Há poucos dias da votação do impeachment da presidenta Dilma no Senado, começam a surgir as inúmeras promessas de Michel Temer para o País. Para os movimentos sociais e principalmente as que representam o campo, as propostas soam mais como jogo de interesses, afinal o golpe foi para chegar ao altar.
O coordenador geral da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), fala sobre os últimos anúncios do governo e que eles se contradizem quando se referem as políticas públicas, principalmente as que atendem o povo do campo. (Escute AQUI na íntegra o comentário da semana por Marcos Rochinski)
O governo interino, no mesmo dia 11.08, fez dois pronunciamentos demonstrando que suas políticas públicas não terão o viés social e de inclusão, como eram os programas durante o governo de Lula e Dilma. Michel Temer anunciou a construção de 40 mil novas unidades habitacionais, porém deixou de fora os agricultores familiares e camponeses. Outro anúncio foi do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, sobre a recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), mas que em momentos anteriores não sinalizou a continuidade de programas como de serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater).
“Será que este anuncio é apenas uma medida política para neutralizar as mobilizações dos movimentos que representam o campo? Em que condições será recriado o MDA? Ele vai reestabelecer o conjunto das medidas que foram paralisadas como a de crédito fundiário, de assistência técnica, habitação (...)”, diz o coordenador geral da Fetraf Brasil Marcos Rochinski.
As medidas de retrocessos no governo Temer têm prejudicado os trabalhadores e trabalhadoras da agricultora familiar, desde a produção nas lavouras e no desenvolvimento agrário, que trazem um impacto na economia e condição de vida das famílias do campo.
“O governo tem demonstrado que não reconhece e não respeita o setor que é responsável por produzir 70% dos alimentos que compõe a cesta básica dos brasileiros. Não vamos permitir nenhum direito a menos”, pontua Marcos.
Escute na íntegra o comentário da semana por Marcos Rochinski