Lideranças da coordenação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Contraf Brasil) reuniram-se nesta quarta-feira, 30.01, com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Tereza Cristina, para dialogar sobre a continuidade das políticas públicas de desenvolvimento rural.
Na oportunidade, a Contraf Brasil entregou a pauta de reivindicações, pontuando quais as políticas públicas mais emergentes para a categoria destacando o impacto e a importância das ações para o fortalecimento da Agricultura Familiar no país.
O crédito fundiário, reforma agrária, regularização fundiária, produção, comercialização, compras institucionais, agroindústrias, assistência técnica e extensão rural, habitação, foram algumas das indicações apresentadas pelos trabalhadores.
“Nosso objetivo é dialogar para que exista de fato a funcionalidade, efetiva, das políticas públicas para o campo. O nosso compromisso é com o avanço da Agricultura Familiar e para isso a negociação com o Governo é necessária. As organizações têm um papel fundamental para que a política pública chegue de fato na ‘ponta’ e o agricultor e agricultora tenham acesso aos programas. Ninguém tem tanta capilaridade para viabilizar este processo como as organizações sindicais, temos essa singularidade”, explica Marcos Rochinski, coordenador geral da Contraf Brasil.
Ao encontro dessa avaliação, a ministra Tereza Cristina destacou que a construção dessa gestão será no sentido de que o recurso chegue ao máximo possível nos agricultores. “Vamos nos concentrar no que é o mais importante para a maioria e que atenda o maior número de famílias. Não há como chegar no ideal, no entanto vamos trabalhar projetos estruturados e dar não apenas o crédito, mas fazer a assistência técnica e outras ações que se traduzam em produção”, pontuou.
A reunião foi acompanhada também pelo secretário de Agricultura Familiar do Mapa, Fernando Schwanke. “Hoje existem 12 mil famílias na fila para o crédito fundiário. Isso é um problema e demostra que devemos mudar o formato da execução da política. Vamos operar no formato democrático e com a qualidade de acesso”, falou o secretário.
As lideranças da Contraf Brasil ainda mencionaram sobre as áreas de assentamento que já possuem decreto, porém devido a burocratização no Incra, correm o risco de despejo, e sobre a compra de terras da União para famílias acampadas no que se refere a reforma agrária.
“Nós apresentamos nossas demandas e o trabalho que realizamos, justamente, para que a ministra tenha conhecimento de quem representamos e somos, e assim, abrir esse diálogo. Hoje todas as políticas que atendem a agricultura familiar passam pelo Ministério da Agricultura, órgão de grande representação à nível internacional e que acreditamos que, por meio do diálogo, dará continuidade no processo de desenvolvimento rural somando com agricultura familiar”, espera Paulo Cesar Farias, o PC, coordenador da FETRAF de Mato Grosso do Sul.