Dia 2 de julho estabeleceu mais um marco para a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar da CUT no Estado de São Paulo (FAF/CUT-SP). No clube Kai Kan, em Capão Bonito, a FAF e a Cooperativa de Habitação da Agricultura Familiar do Estado de São Paulo (COOPERHAF-SP) realizaram a cerimônia de entrega de 703 unidades habitacionais do Sudoeste Paulista, comemorou o fato da primeira assinatura do Minha Casa Minha Vida Rural, em 2009, ter sido com um beneficiário de Itapeva e, celebrou a assinatura de 112 novos contratos de habitação.
A presidenta da Caixa Econômica Federal Miriam Belchior, explicou que a presidenta Dilma, considerou fortemente a participação no evento, mas devido a outros compromissos não foi possível, “mas ela terá a oportunidade de viver a emoção que tivemos ao visitar as famílias que receberam a habitação rural. Ela, como mulher, mãe, avó, sabe muito bem a importância de se ter um lar. É por isso que ela cobra que o Minha Casa Minha Vida esteja acessível ao País inteiro”.
De acordo com a Caixa, o Brasil já tem 3.900 milhões casas pelo MCMV, sendo 2.300 milhões unidades entre casas e apartamentos entregues e, 1.600 milhão em fase de construção.
“Esse trabalho só é possível pelas parcerias do governo federal, que disponibiliza a maior parte dos recursos, governos estaduais e municipais. E a FAF/COOPERHAF é um parceiro fundamental para que essa política criada pelo governo federal esteja acessível”, referenciou Miriam.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, elogiou o MCMV Rural e o Urbano, sobretudo, por ajudar a manter o trabalhador rural com dignidade no campo. "O direto à moradia deve prevalecer sobre a especulação imobiliária no campo ou na cidade”.
Já Marcos Rochinski, coordenador Geral da FETRAF-BRASIL, parabenizou a direção da FAF/COOPERHAF que juntamente com a equipe técnica e social tem feito um trabalho excelente de coordenação da política pública de habitação. “A FETRAF-BRASIL tem orgulho dessa entidade que tem mostrado ao Brasil o trabalho sério e eficiente”, pontuou.
Em sua fala, resgatou o processo de luta dos trabalhadores do campo que há mais de 30 anos reivindicavam políticas como as que temos hoje, a exemplo do Programa de Aquisição de Alimentos e Alimentação Escolar, entretanto, ressaltou que “não tínhamos um governo que atendia a agricultura familiar”.
“Se hoje temos um conjunto de políticas públicas que atendem a agricultura familiar, os atingidos por barragens, os assentados da reforma agrária é sim porque temos uma organização forte, mas também porque tivemos um governo, a partir de 2002, que saiu do conforto e resolveu amassar barro junto com a gente”, disse.
Ao falar sobre a relação e a importância econômica da categoria, Rochinski chamou a atenção da população que precisa estar cada vez mais consciente que “sem a organização sindical forte não há luta nem conquistas”, e dos prefeitos para que invistam na agricultura familiar.
“Porque pode quebrar a economia do País, mas o município que tem agricultura familiar não quebra, porque tem a produção de alimentos para sustentar a todos”, pontuou.
O prefeito Júlio Fernando de Capão Bonito deixou uma mensagem sobre as riquezas da região Sudoeste Paulista, por seu potencial em recursos hídricos, pois tem a nascente do rio Paranapanema, em minérios e turismo rural, mas ressaltou que são necessários mais investimentos para melhorar a vida das famílias do campo.
Descerramento da Placa de entrega das casas
O evento que prestou homenagem à primeira família beneficiária de habitação Rural do País e celebrou a entrega de mais 703 unidades da região Sudoeste, também assinou 112 novos contratos de habitação para os municípios de Capão Bonito, Campina do Monte Alegre e Riversul.
As casas, que são construídas com recurso do governo federal, em São Paulo, tem contado ao longo dos anos com aporte de R$ 10 mil do governo do estado para melhorias no imóvel. Mas desde 2014, ele foi cancelado.
Nesse sentido, o presidente da FAF/CUT-SP, Marco Antonio Pimentel, pontuou a dificuldade de construir as casas e falou da expectativa.
“A Caixa sabe o esforço que fazemos para construir uma casa de 56m² com acessibilidade. As unidades assinadas hoje não contam com o aporte e isso nos obriga a construir uma casa menor. Esperamos avançar nessa questão com o governo e garantir o recurso para manter a casa de 56m²”, explanou.
Representando o governador Geraldo Alckmim, Ernesto Senize da Casa Paulista, disse que na próxima semana levará ao governador a documentação para assinatura do aporte para 500 unidades habitacionais da COOPERHAF-SP assinadas ontem durante o evento.
Apoio a Dilma
Marcos Rochinski relata que o evento traz motivos de comemoração, mas que ainda existem melhorias a serem reivindicadas:
"A habitação rural se constitui em uma das principais politicas conquistadas pela FETRAF/Brasil neste último período. O Programa Minha Casa, Minha Vida instituído pelo Governo Federal, com este recorte rural, têm beneficiado milhares de famílias. E nós do sistema FETRAF nos orgulhamos de ser a organização social que mais construiu casas neste país, beneficiando milhares de agricultores e agricultoras familiares. No estado de São Paulo esse trabalho já vem sendo realizado a muito tempo, e mais de duas mil famílias foram beneficiadas. Só temos a parabenizar a direção da FAF e da COOPERHAF-SP , pelo trabalho realizado. No entanto a FETRAF continua reivindicando melhorias no programa, haja vista que em função de excesso de burocracia e a falta de recursos, milhares de famílias ainda continuam na fila de espera, sonhando com melhorias para suas casas. Então ao mesmo tempo em que comemoramos, usamos o evento para reivindicar por avanços no Programa na perspectiva que mais famílias sejam beneficiadas na sequência com essa importante politica".