Escrito por Fernanda Silva- IMPRENSA FETRAF-BRASIL
Na noite de quinta-feira (26), a FETRAF e demais movimentos sociais, entregaram à presidenta Dilma Rousseff, durante o Fórum Social Temático, em Porto Alegre, documento reivindicando ações aos agricultores familiares e camponeses prejudicados pela estiagem. Na proposta, a criação do Programa Mais Água.
O objetivo, é que cada agricultor receba um kit com capacidade de irrigar de três a cinco hectares. Como o custo seria em torno de R$ 20 e R$ 30 mil por agricultor familiar, a ideia é que os governos dos estados garantam subsídio em 50% para aquisição dos equipamentos de distribuição, bem como as cisternas para o armazenamento e abastecimento de água e, programa de subsídio na tarifa de energia elétrica para a irrigação.
De acordo com Celso Ludwig, coordenador Geral da FETRAF-SUL, embora essa estiagem seja uma das maiores que os agricultores familiares do Sul do país têm enfrentado, a FETRAF vem trabalhando questões emergências e estruturantes que seja possível a convivência com a seca.
“O movimento sindical da FETRAF aponta para a criação do Programa Mais Água porque ele seria muito importante para a região, onde chove 1800 milímetros por ano. Durante dez meses temos excesso de água. Por isso, propomos o armazenamento em cisternas produtivas ou açudes, que tem maior capacidade, para que essa água que sobra, possa ser distribuída quando não tiver”, explicou Ludwig.
No sentido estrutural, o que os movimentos reivindicam do governo federal é a “implementação de um programa de abastecimento de água para consumo humano e animal, que seja feito por meio da preservação e conservação de fontes e/ou minas naturais de água, bebedouros, entre outras práticas conservacionistas”, como diz o documento.
Além disso, o desenvolvimento de um programa, em âmbito federal e/ou estadual que incentive a produção e distribuição de sementes nos moldes do troca-troca, com subsídio de 50% do valor e; ampliação do valor de cobertura do Proagro Mais, dos atuais R$ 4 mil, para R$ 7.464,00, sendo reajustado anualmente, conforme o índice de aumento do salário mínimo federal, constam na proposta.
“Água tem de sobra, o problema é que não sabemos utilizar. A agricultura familiar do futuro. A agricultura familiar que defendemos e que preserva o meio ambiente precisa de insumos, sementes e máquinas para desenvolver a atividade, mas precisa também ter o controle da água”, disse o coordenador.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Via Campesina e Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS) também assinam a proposta.