Para discutir políticas públicas em comuns entre países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), a XV Reunião Especializada da Agricultura Familiar ocorre no Paraguai, e tem encerramento marcado para hoje (3).
Dentro os temas abordados a reforma agrária tem contextos parecidos entre os países. Segundo Marco Antonio Augusto Pimentel, secretário de Gestão e Finanças da FETRAF-BRASIL, representante da entidade na REAF, ?ela é desdobramento do processo de exclusão social. A terra é destinada para a mercantiização, num cenário de indefinição de políticas públicas para o setor. Isso não é realidade apenas no Brasil, mas nos outros países do Mercosul?, declarou.
A questão da compra de terras por estrangeiros também sido fator preocupante que impede a reforma agrária e coloca a venda as riquezas do país em função de acúmulo de capital.
Há enorme falta de controle sobre a compra dessas terras. No mês de maio, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) apontou uma parcela de terra equivalente a 20% do estado de São Paulo: 4,5 milhões de hectares ou 45 mil quilômetros quadrados nas mãos de estrangeiros, mas esses números não traduzem a realidade.
?O Brasil como uma potência agrícola e ambiental, detentor do maior número de terras agricultáveis, tendo uma matriz energética nacional se torna cada vez mais atrativo aos olhos do mundo, mas esse patrimônio é nosso e precisamos zelar?, disse Pimentel.
Em ato de repúdio à violência cometida contra agricultores familiares e assentados da reforma agrária no Pará, e também Amazonas e Rondônia, o secretário propôs, durante a XV REAF, e moção para que haja justiça e punição aos criminosos.