No Dia Nacional do Técnico Agrícola, 5 de novembro, a Contraf Brasil traz o tema das políticas públicas e programas de assistência técnica e extensão rural (ATER). Dados do Censo Agropecuário de 2017 mostram que a proporção de produtores que receberam orientação técnica diminuiu de 22% para 20,1%.
Para a confederação, considerando que a pesquisa foi realizada em 2017 e de lá para cá, nos governos Temer e Bolsonaro, os cortes foram bem mais drásticos esse cenário é bem mais agravante.
É a assistência técnica que possibilita o bom uso dos recursos naturais da terra e da água. Ela é importante para que o agricultor familiar planeje sua propriedade, inclusive com a perspectiva de agroecológica, com o olhar para produção de alimentos com segurança alimentar.
Na pesquisa também foi diagnosticado, por exemplo, que na agricultura orgânica há um nível acentuado da atividade sem orientação ou assistência técnica, chegando a 76%. O número revela que os programas de assistência técnica e extensão rural do governo federal estão em pleno desmonte. O orçamento, apenas neste ano, foi reduzido em 57%, passando de R$ 118 milhões em 2019 para R$ 51 milhões no ano que vem.
“Para a agricultura familiar que queremos, a assistência técnica e extensão rural é fundamental como ferramenta que agrega conhecimento, tecnologia e pesquisa”, destaca Marcos Rochinski, coordenador Geral da Contraf Brasil.
Enquanto organização que defende um modelo de agricultura sustentável, a Contraf Brasil, olha com preocupação o desmonte da Ater. “Isso demonstra que o Governo Federal não está preocupado, principalmente, com a inclusão das famílias mais necessitadas, que hoje não conseguem acessar as políticas públicas. O Censo revela que 2,7 milhões de famílias ainda estão excluídas do conjunto das políticas públicas e no nosso entendimento é esse público que deveria ser priorizado com a ATER”.