Militante da Fetraf MG participa de formação feminista em Vale do Aço

Cerca de 35 mulheres de várias organizações e movimentos do Vale do Aço e Leste de Minas Gerais participaram de uma formação feminista, denominado Mulher e Resistência

Escrito por: Brasil de Fato • Publicado em: 03/08/2016 - 13:57 Escrito por: Brasil de Fato Publicado em: 03/08/2016 - 13:57
Cerca de 35 mulheres de várias organizações e movimentos do Vale do Aço e Leste de Minas Gerais participaram de uma formação feminista, denominado “Mulher e Resistência”, em Ipatinga. Organizada pelo Comitê Popular em Defesa da Democracia do Vale do Aço, as atividades começaram com uma mesa de debates que possibilitou que as participantes expusessem suas experiências de vida e a opressão que cada uma sofre no seu dia a dia.
 
Durante o encontro, que foi a primeira experiência de formação exclusiva para mulheres realizada na região, os homens cuidaram das crianças para que as mães pudessem estar na atividade.
 
 
Patriarcado
 
Andreia Roseno, militante da Consulta Popular e da Federação de Trabalhadores/as na Agricultura Familiar de Minas Gerais (FETRAF-MG), assessorou o debate sobre o patriarcado. Ela explica que patriarcado é uma forma de organização da sociedade, em que homens se apropriam do trabalho, do corpo e da sexualidade das mulheres, ou seja, possuem historicamente privilégios em relação às mulheres.
 
“Para nós o que interessa é como explicitar e denunciar a opressão contra as mulheres e como o patriarcado funciona na sociedade capitalista, assim como também o racismo, que imprime, sobretudo, na vida das mulheres negras, um rito de opressão, demarcando desde muito cedo o papel elas exercerão na sociedade”, explica.
 
Identidade
 
A diversidade sexual também foi um dos temas abordados na formação. Fernanda Coelho, do Coletivo de Mulheres Bissexuais e Lésbicas do Vale do Aço (Coletivo Bil) falou sobre as identidades lésbica, bissexual e transexual (LBT). Segundo Fernanda, romper com a lógica heterossexual afronta diretamente o patriarcado, principalmente porque nega a ideia de que uma mulher necessita de um homem para satisfazê-la, seja do ponto de vista sexual, seja na perspectiva de concretização de seus projetos de vida.
 
“As identidades e vivências bissexuais, lésbicas e trans desestabilizam o patriarcado, de modo que cada identidade LBT, à sua maneira, desfaz, pouco a pouco, esta estrutura que oprime todas as mulheres”, comenta.
 
Sindicalismo
 
Feliciana Saldanha, do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) e da regional Vale do Aço da Central Única dos Trabalhadores (CUT) apresentou alguns elementos que mostram a invisibilidade e a pouca presença da mulher no movimento sindical. Embora os dados do censo indiquem um certo equilíbrio entre o número de homens e mulheres na sociedade, esse equilíbrio não é percebido na ocupação dos postos de trabalho, na remuneração e muito menos na participação da mulher no movimento sindical.
 
Para a sindicalista, a luta por igualdade de direitos entre os gêneros precisa ser ampliada. Após anos de intensos debates, a paridade foi consolidada pelas mulheres trabalhadoras durante o 12º Congresso da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT). “A aprovação da paridade foi um passo importante para a construção de políticas que alterem as condições de participação política e sindical das mulheres, mas para além da conquista da paridade, se faz necessário conquistar a igualdade nos  espaços de poder e de deliberação dos sindicatos, universo dominado predominantemente pelos homens”, conta Feliciana.
 
Fonte: Brasil de Fato
Título: Militante da Fetraf MG participa de formação feminista em Vale do Aço, Conteúdo: Cerca de 35 mulheres de várias organizações e movimentos do Vale do Aço e Leste de Minas Gerais participaram de uma formação feminista, denominado “Mulher e Resistência”, em Ipatinga. Organizada pelo Comitê Popular em Defesa da Democracia do Vale do Aço, as atividades começaram com uma mesa de debates que possibilitou que as participantes expusessem suas experiências de vida e a opressão que cada uma sofre no seu dia a dia.   Durante o encontro, que foi a primeira experiência de formação exclusiva para mulheres realizada na região, os homens cuidaram das crianças para que as mães pudessem estar na atividade.     Patriarcado   Andreia Roseno, militante da Consulta Popular e da Federação de Trabalhadores/as na Agricultura Familiar de Minas Gerais (FETRAF-MG), assessorou o debate sobre o patriarcado. Ela explica que patriarcado é uma forma de organização da sociedade, em que homens se apropriam do trabalho, do corpo e da sexualidade das mulheres, ou seja, possuem historicamente privilégios em relação às mulheres.   “Para nós o que interessa é como explicitar e denunciar a opressão contra as mulheres e como o patriarcado funciona na sociedade capitalista, assim como também o racismo, que imprime, sobretudo, na vida das mulheres negras, um rito de opressão, demarcando desde muito cedo o papel elas exercerão na sociedade”, explica.   Identidade   A diversidade sexual também foi um dos temas abordados na formação. Fernanda Coelho, do Coletivo de Mulheres Bissexuais e Lésbicas do Vale do Aço (Coletivo Bil) falou sobre as identidades lésbica, bissexual e transexual (LBT). Segundo Fernanda, romper com a lógica heterossexual afronta diretamente o patriarcado, principalmente porque nega a ideia de que uma mulher necessita de um homem para satisfazê-la, seja do ponto de vista sexual, seja na perspectiva de concretização de seus projetos de vida.   “As identidades e vivências bissexuais, lésbicas e trans desestabilizam o patriarcado, de modo que cada identidade LBT, à sua maneira, desfaz, pouco a pouco, esta estrutura que oprime todas as mulheres”, comenta.   Sindicalismo   Feliciana Saldanha, do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) e da regional Vale do Aço da Central Única dos Trabalhadores (CUT) apresentou alguns elementos que mostram a invisibilidade e a pouca presença da mulher no movimento sindical. Embora os dados do censo indiquem um certo equilíbrio entre o número de homens e mulheres na sociedade, esse equilíbrio não é percebido na ocupação dos postos de trabalho, na remuneração e muito menos na participação da mulher no movimento sindical.   Para a sindicalista, a luta por igualdade de direitos entre os gêneros precisa ser ampliada. Após anos de intensos debates, a paridade foi consolidada pelas mulheres trabalhadoras durante o 12º Congresso da Central Única dos Trabalhadores (CONCUT). “A aprovação da paridade foi um passo importante para a construção de políticas que alterem as condições de participação política e sindical das mulheres, mas para além da conquista da paridade, se faz necessário conquistar a igualdade nos  espaços de poder e de deliberação dos sindicatos, universo dominado predominantemente pelos homens”, conta Feliciana.   Fonte: Brasil de Fato



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