Investimentos para conter efeitos da estiagem devem ser estruturais

Medidas anunciadas pelo governo resolvem problemas emergenciais

Escrito por: FETRAF • Publicado em: 24/04/2012 - 00:00 Escrito por: FETRAF Publicado em: 24/04/2012 - 00:00

A seca na região nordeste, que neste ano se apresenta como a pior das últimas três décadas, de acordo com a Defesa Civil, é um problema emergencial que requer soluções de caráter estrutural. Por causa dos efeitos das mudanças climáticas, o nordeste não conta mais com as épocas distintas para plantio como antes. “Por isso, tem agricultores que desistiram de produzir”, contou Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL.

O nordeste brasileiro tem mais de 500 municípios em situação de emergência, reconhecida pelo governo federal, sendo 214 apenas na Bahia. Em determinadas regiões não chove há mais de um ano, além da falta de água para produção, o abastecimento de água para consumo humano também está sendo comprometido.

“Antes podíamos contar com dois períodos de chuva que propiciavam a produção, mas às vezes, chove em um período o equivalente aos dois, e como não tem sistemas de captação de água da chuva, continuar a atividade produtiva se torna impossível”, observou Elisângela.

Para a coordenadora a falta de água no nordeste não é apenas uma questão emergencial e é preciso ser tratada não apenas com a adoção de medidas paliativas, mas preventivas e estruturais. “À exemplo da estiagem no sul, ações emergenciais, muitas vezes são realizadas antes que os municípios declarem situação de calamidade pública, com o nordeste tem que ser o mesmo. Temos um terra fértil, capaz de produzir alimentos com qualidade e em grande quantidade. Se nada for feito restará apenas a desertificação,” observou.

De acordo, Rosival Leite, coordenador da FETRAF-Bahia, considera, as medidas anunciadas pela presidente Dilma Roussef de destinação de R$ 2,723 bilhões para ações emergenciais e estruturantes referente à seca, como soluções pontuais, que “amenizam o problema se de fato alcançarem todos os agricultores atingidos pela seca”.

No pacote de ações anunciadas pelo governo, está a criação do "bolsa estiagem", que dará R$ 400,00 - a serem pagos em cinco prestações de R$ 80,00 - para as famílias de agricultores familiares que não são assistidos com o programa Garantia Safra; serão abertos crédito no valor de R$ 84 milhões para abastecimento via carro pipa nos próximos seis meses, para evitar colapso no abastecimento em áreas rurais e urbanas, e também para recuperação e ampliação de poços artesianos – dos mais de 4,3 mil poços perfurados, cerca de 2,4 mil deverão ser recuperados.

Dentre as medidas, também estão aa disponibilização de uma linha de crédito de R$ 12 mil para cada agricultor, com juros de 1% ao mês, prazo de carência de três anos e um desconto de 40% caso o beneficiado pague em dia - que também vale para a região sul do país -  além da antecipação de R$ 779 milhões do programa "Água para Todos" e, a ampliação do Garantia Safra, que terá um total R$ 500 milhões a serem liberados para os agricultores, Cada um terá direito a R$ 680,00.

Entretanto, para a FETRAF o valor não é suficiente. “Precisamos de um seguro investimento que garanta a continuação da produção e a criação de um mecanismo que avalie a percas antes dos municípios ficarem em situação de emergência”.

Título: Investimentos para conter efeitos da estiagem devem ser estruturais, Conteúdo: A seca na região nordeste, que neste ano se apresenta como a pior das últimas três décadas, de acordo com a Defesa Civil, é um problema emergencial que requer soluções de caráter estrutural. Por causa dos efeitos das mudanças climáticas, o nordeste não conta mais com as épocas distintas para plantio como antes. “Por isso, tem agricultores que desistiram de produzir”, contou Elisângela Araújo, coordenadora Geral da FETRAF-BRASIL. O nordeste brasileiro tem mais de 500 municípios em situação de emergência, reconhecida pelo governo federal, sendo 214 apenas na Bahia. Em determinadas regiões não chove há mais de um ano, além da falta de água para produção, o abastecimento de água para consumo humano também está sendo comprometido. “Antes podíamos contar com dois períodos de chuva que propiciavam a produção, mas às vezes, chove em um período o equivalente aos dois, e como não tem sistemas de captação de água da chuva, continuar a atividade produtiva se torna impossível”, observou Elisângela. Para a coordenadora a falta de água no nordeste não é apenas uma questão emergencial e é preciso ser tratada não apenas com a adoção de medidas paliativas, mas preventivas e estruturais. “À exemplo da estiagem no sul, ações emergenciais, muitas vezes são realizadas antes que os municípios declarem situação de calamidade pública, com o nordeste tem que ser o mesmo. Temos um terra fértil, capaz de produzir alimentos com qualidade e em grande quantidade. Se nada for feito restará apenas a desertificação,” observou. De acordo, Rosival Leite, coordenador da FETRAF-Bahia, considera, as medidas anunciadas pela presidente Dilma Roussef de destinação de R$ 2,723 bilhões para ações emergenciais e estruturantes referente à seca, como soluções pontuais, que “amenizam o problema se de fato alcançarem todos os agricultores atingidos pela seca”. No pacote de ações anunciadas pelo governo, está a criação do "bolsa estiagem", que dará R$ 400,00 - a serem pagos em cinco prestações de R$ 80,00 - para as famílias de agricultores familiares que não são assistidos com o programa Garantia Safra; serão abertos crédito no valor de R$ 84 milhões para abastecimento via carro pipa nos próximos seis meses, para evitar colapso no abastecimento em áreas rurais e urbanas, e também para recuperação e ampliação de poços artesianos – dos mais de 4,3 mil poços perfurados, cerca de 2,4 mil deverão ser recuperados. Dentre as medidas, também estão aa disponibilização de uma linha de crédito de R$ 12 mil para cada agricultor, com juros de 1% ao mês, prazo de carência de três anos e um desconto de 40% caso o beneficiado pague em dia - que também vale para a região sul do país -  além da antecipação de R$ 779 milhões do programa "Água para Todos" e, a ampliação do Garantia Safra, que terá um total R$ 500 milhões a serem liberados para os agricultores, Cada um terá direito a R$ 680,00. Entretanto, para a FETRAF o valor não é suficiente. “Precisamos de um seguro investimento que garanta a continuação da produção e a criação de um mecanismo que avalie a percas antes dos municípios ficarem em situação de emergência”.



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