Hora de reduzir o superávit primário para ampliar os investimentos na produção

Afirmou Vagner Freitas na abertura do III Congresso da Fetraf/CUT). O presidente cutista saudou a federação como símbolo da luta por liberdade e autonomia

Escrito por: Leonardo Severo e Flávia Anjos • Publicado em: 13/08/2013 - 20:47 Escrito por: Leonardo Severo e Flávia Anjos Publicado em: 13/08/2013 - 20:47

 

“A hora é de reduzir o superávit primário para ampliar os investimentos na produção. A população foi às ruas por saúde, educação e transporte públicos de qualidade e nós não podemos ficar guardando dinheiro para rolagem de dívida”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, nesta terça-feira (13), em Luziânia, durante a abertura do III Congresso da Fetraf/CUT (Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar).

Na avaliação do líder cutista, o momento é de “tributar as grandes fortunas, pois precisamos de recursos públicos para o desenvolvimento, para construir um país diferente”. “Rico no país não paga imposto e esse governo não pode compactuar com isso”, assinalou Vagner, sob aplausos dos cerca de 800 delegados de 18 estados.

Saudando a ação da Fetraf/CUT como um símbolo da luta por liberdade e autonomia sindical, o presidente cutista conclamou os presentes a fortalecerem a pressão por mudanças, “pois precisamos ir além do crescimento econômico, necessitamos lutar para mudar o Estado brasileiro, burguês e concentrador de renda”. Entre as prioridades do momento, apontou, a CUT está nas ruas e no Congresso Nacional para barrar o PL 4330, que aprofunda a precarização e a terceirização. “Querem que o trabalhador ganhe a metade, trabalhe duas vezes mais e fique sem direito nenhum”, condenou.

Para o país avançar, acredita Vagner, além das reformas política, tributária e agrária, é necessário garantir um novo marco regulatório para as comunicações, “ou não vamos ter democracia nunca”. “Não há liberdade de expressão no Brasil, pois ela fica restrita ao dono da Globo, da Folha. Nós não queremos censura, queremos regulação”, sublinhou.

 

SOBERANIA NACIONAL E NUTRICIONAL

 

A presidenta da Fetraf-CUT, Elisângela Araújo, destacou o papel dos cutistas na disputa por um modelo de desenvolvimento inclusivo, “de um mundo rural com gente vivendo com qualidade de vida”. Daí, apontou, a relevância de maiores investimentos na agricultura familiar e camponesa, na reforma agrária e na distribuição de terra.

“Fortalecer a agricultura familiar é defender a soberania nacional, alimentar e nutricional, é defender um projeto sustentável no plano econômico, social e ambiental”, declarou Elisângela, que encerra no Congresso o seu segundo mandato.

Para Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT e também dirigente da agricultura familiar, a ação coletiva, comandada por Elisângela, potencializou a unidade e enraizou a organização da Fetraf, fortalecendo a participação feminina e da juventude, “essenciais para avançarmos rumo à construção de uma sociedade e um país mais justos e igualitários”.

Prestigiando o evento, o vice-governador do Maranhão, Washington Luiz defendeu a importância estratégica da agricultura familiar para o projeto de desenvolvimento nacional e a relevância para o Brasil de que os trabalhadores tenham atendidas as suas reivindicações “no campo e na cidade”.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, relembrou os 10 anos de governo do Partido dos Trabalhadores, no qual foi construída uma nova visão de reafirmação de direitos e inclusão social. “ O movimento da classe trabalhadora permitiu avanços e conquistas para toda a sociedade. Enfrentamos desafios e alcançamos uma melhor garantia de renda, além da assistência técnica rural e da reforma agrária. No momento, o desafio maior é garantir os direitos da juventude no meio rural. Tenho certeza que a Fetraf irá estabelecer essa pauta de luta para o próximo período”. 

 

FETRAF É REFERÊNCIA

 

A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, lembrou o muito do que significou para o campo brasileiro a existência da Fetraf nos últimos oito anos, desde a luta pela consolidação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), até a política de construção de habitações rurais. “Graças ao trabalho, ao empenho e à mobilização da Fetraf avançamos muito em várias áreas como o acesso à educação e à saúde no campo”, disse.

Representando o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Ênio Duarte destacou o papel da Federação na consolidação dos avanços da instituição na área rural. Conforme Ênio, o Sebrae já atende 123 mil produtores rurais, mais de 85% deles da agricultura familiar, o que representa maior capacidade de gestão, cooperação, ação coletiva e inovação tecnológica.

O diretor executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Valdir Stumpf, apontou a importância da parceria com a Fetraf para que a empresa possa cumprir com seu papel na melhoria das condições de produtividade e colocar alimento de qualidade na mesa dos brasileiros.

 

VALORIZAÇÃO

 

O diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, Clenio Severio Teribele  falou da admiração e do respeito pelos trabalhadores e trabalhadoras da agricultura familiar e por sua entidade. Ressaltou também o compromisso do Banco do Brasil com os agricultores, aos quais disponibilizou 126.3 bilhões reais como oferta de crédito no último período. “Com a parceria do Banco do Brasil com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, cerca de 70% dos empréstimos realizados são voltados para essas famílias. Com o apoio da Fetraf, até o final do evento irão surgir novas sugestões para aprimorar o crédito no meio rural”, acrescentou.

Representando a Secretaria da Juventude do governo federal, Severine Macedo reiterou o direito de escolha dos jovens entre permanecer  ou não no campo.  Em sua intervenção, ela relembrou o início da sua trajetória como militante e dirigente da Fetraf e reafirmou a importância em atender a juventude com projetos que visam melhorar a educação, saúde e novas  tecnologias. “Precisamos reafirmar a luta, necessitamos da Fetraf organizada com movimentos que qualifiquem a vida da juventude. Não pretendo sair da Secretaria sem construir um programa para jovens”, disse.

A abertura do Congresso contou também com a presença de Noemi Aparecida Lemes, superintendente de Habitação Rural e Entidades Urbanas da Caixa Econômica Federal.  Noemi apontou dados positivos em relação ao crédito habitacional rural: 80 mil casas estão em construção e até o final de 2013 a Caixa tem como meta disponibilizar 100 mil casas no projeto de habitação rural.

O evento tem como tema principal a sucessão no campo. Os três dias de Congresso vão debater melhorias nas politicas sociais para a área rural, com prioridade para a educação, saúde e novas tecnologias.

Dialogando sobre a necessidade de enfrentamento e superação desses desafios, o deputado federal  Pedro Westphalen (PT-RS), frisou a importância de uma estrutura  educacional que atenda a juventude no campo. “ 92 % dos jovens do Sul que conquistaram a faculdade concluíram o ensino médio em escolas públicas e boa parte deles fazem parte das famílias de agricultores. Devemos essa conquista aos movimentos sociais, a luta que virou organização sindical e se consolidou em um partido político”, concluiu.

Título: Hora de reduzir o superávit primário para ampliar os investimentos na produção, Conteúdo:   “A hora é de reduzir o superávit primário para ampliar os investimentos na produção. A população foi às ruas por saúde, educação e transporte públicos de qualidade e nós não podemos ficar guardando dinheiro para rolagem de dívida”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, nesta terça-feira (13), em Luziânia, durante a abertura do III Congresso da Fetraf/CUT (Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar). Na avaliação do líder cutista, o momento é de “tributar as grandes fortunas, pois precisamos de recursos públicos para o desenvolvimento, para construir um país diferente”. “Rico no país não paga imposto e esse governo não pode compactuar com isso”, assinalou Vagner, sob aplausos dos cerca de 800 delegados de 18 estados. Saudando a ação da Fetraf/CUT como um símbolo da luta por liberdade e autonomia sindical, o presidente cutista conclamou os presentes a fortalecerem a pressão por mudanças, “pois precisamos ir além do crescimento econômico, necessitamos lutar para mudar o Estado brasileiro, burguês e concentrador de renda”. Entre as prioridades do momento, apontou, a CUT está nas ruas e no Congresso Nacional para barrar o PL 4330, que aprofunda a precarização e a terceirização. “Querem que o trabalhador ganhe a metade, trabalhe duas vezes mais e fique sem direito nenhum”, condenou. Para o país avançar, acredita Vagner, além das reformas política, tributária e agrária, é necessário garantir um novo marco regulatório para as comunicações, “ou não vamos ter democracia nunca”. “Não há liberdade de expressão no Brasil, pois ela fica restrita ao dono da Globo, da Folha. Nós não queremos censura, queremos regulação”, sublinhou.   SOBERANIA NACIONAL E NUTRICIONAL   A presidenta da Fetraf-CUT, Elisângela Araújo, destacou o papel dos cutistas na disputa por um modelo de desenvolvimento inclusivo, “de um mundo rural com gente vivendo com qualidade de vida”. Daí, apontou, a relevância de maiores investimentos na agricultura familiar e camponesa, na reforma agrária e na distribuição de terra. “Fortalecer a agricultura familiar é defender a soberania nacional, alimentar e nutricional, é defender um projeto sustentável no plano econômico, social e ambiental”, declarou Elisângela, que encerra no Congresso o seu segundo mandato. Para Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT e também dirigente da agricultura familiar, a ação coletiva, comandada por Elisângela, potencializou a unidade e enraizou a organização da Fetraf, fortalecendo a participação feminina e da juventude, “essenciais para avançarmos rumo à construção de uma sociedade e um país mais justos e igualitários”. Prestigiando o evento, o vice-governador do Maranhão, Washington Luiz defendeu a importância estratégica da agricultura familiar para o projeto de desenvolvimento nacional e a relevância para o Brasil de que os trabalhadores tenham atendidas as suas reivindicações “no campo e na cidade”. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, relembrou os 10 anos de governo do Partido dos Trabalhadores, no qual foi construída uma nova visão de reafirmação de direitos e inclusão social. “ O movimento da classe trabalhadora permitiu avanços e conquistas para toda a sociedade. Enfrentamos desafios e alcançamos uma melhor garantia de renda, além da assistência técnica rural e da reforma agrária. No momento, o desafio maior é garantir os direitos da juventude no meio rural. Tenho certeza que a Fetraf irá estabelecer essa pauta de luta para o próximo período”.    FETRAF É REFERÊNCIA   A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, lembrou o muito do que significou para o campo brasileiro a existência da Fetraf nos últimos oito anos, desde a luta pela consolidação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), até a política de construção de habitações rurais. “Graças ao trabalho, ao empenho e à mobilização da Fetraf avançamos muito em várias áreas como o acesso à educação e à saúde no campo”, disse. Representando o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Ênio Duarte destacou o papel da Federação na consolidação dos avanços da instituição na área rural. Conforme Ênio, o Sebrae já atende 123 mil produtores rurais, mais de 85% deles da agricultura familiar, o que representa maior capacidade de gestão, cooperação, ação coletiva e inovação tecnológica. O diretor executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Valdir Stumpf, apontou a importância da parceria com a Fetraf para que a empresa possa cumprir com seu papel na melhoria das condições de produtividade e colocar alimento de qualidade na mesa dos brasileiros.   VALORIZAÇÃO   O diretor de Agronegócios do Banco do Brasil, Clenio Severio Teribele  falou da admiração e do respeito pelos trabalhadores e trabalhadoras da agricultura familiar e por sua entidade. Ressaltou também o compromisso do Banco do Brasil com os agricultores, aos quais disponibilizou 126.3 bilhões reais como oferta de crédito no último período. “Com a parceria do Banco do Brasil com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, cerca de 70% dos empréstimos realizados são voltados para essas famílias. Com o apoio da Fetraf, até o final do evento irão surgir novas sugestões para aprimorar o crédito no meio rural”, acrescentou. Representando a Secretaria da Juventude do governo federal, Severine Macedo reiterou o direito de escolha dos jovens entre permanecer  ou não no campo.  Em sua intervenção, ela relembrou o início da sua trajetória como militante e dirigente da Fetraf e reafirmou a importância em atender a juventude com projetos que visam melhorar a educação, saúde e novas  tecnologias. “Precisamos reafirmar a luta, necessitamos da Fetraf organizada com movimentos que qualifiquem a vida da juventude. Não pretendo sair da Secretaria sem construir um programa para jovens”, disse. A abertura do Congresso contou também com a presença de Noemi Aparecida Lemes, superintendente de Habitação Rural e Entidades Urbanas da Caixa Econômica Federal.  Noemi apontou dados positivos em relação ao crédito habitacional rural: 80 mil casas estão em construção e até o final de 2013 a Caixa tem como meta disponibilizar 100 mil casas no projeto de habitação rural. O evento tem como tema principal a sucessão no campo. Os três dias de Congresso vão debater melhorias nas politicas sociais para a área rural, com prioridade para a educação, saúde e novas tecnologias. Dialogando sobre a necessidade de enfrentamento e superação desses desafios, o deputado federal  Pedro Westphalen (PT-RS), frisou a importância de uma estrutura  educacional que atenda a juventude no campo. “ 92 % dos jovens do Sul que conquistaram a faculdade concluíram o ensino médio em escolas públicas e boa parte deles fazem parte das famílias de agricultores. Devemos essa conquista aos movimentos sociais, a luta que virou organização sindical e se consolidou em um partido político”, concluiu.



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