Fetraf SC e movimentos realizam atos em vários municípios contra a crise do leite

As manifestações ocorreram na região oeste de Santa Catarina nas cidades de Florianópolis, Chapecó, Xanxerê, Maravilha e São Miguel do Oeste

Escrito por: Texto Patrícia Duarte - Fetraf SC / edição Patrícia Costa - CONTRAF BRASIL • Publicado em: 18/10/2017 - 16:34 • Última modificação: 18/10/2017 - 16:43 Escrito por: Texto Patrícia Duarte - Fetraf SC / edição Patrícia Costa - CONTRAF BRASIL Publicado em: 18/10/2017 - 16:34 Última modificação: 18/10/2017 - 16:43

Fetraf SC Agricultores derramam leite em protesto à crise

A reforma previdenciária, trabalhista, terceirizações, crise na cadeia leiteira e corrupção no Brasil foram os principais motivos que levaram a Fetraf de Santa Catarina junto com os movimentos sindicais, sociais, estudantis para às ruas em todo o Estado nesta quarta-feira (18/10). Na região Oeste, as manifestações ocorreram nas cidades de Chapecó, Xanxerê, Maravilha, São Miguel do Oeste. A capital Florianópolis também foi palco das mobilizações.  

Os atos fazem parte da agenda organizada pelas entidades que compõem o Campo Unitário para a realização da Jornada Nacional de Lutas do Campo Unitário, além da Frente Brasil Popular. A Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Santa Catarina (FETRAF SC) representada pelos coordenadores, agricultores e agricultoras familiares de várias cidades de toda a região estiveram presente nos atos.

Em Chapecó, a concentração ocorreu em frente ao prédio da Previdência Social, no centro da cidade. Nas ruas, os manifestantes repudiaram a corrupção que toma conta do Congresso Nacional, os cortes no orçamento público para os programas da Agricultura Familiar e reforma agrária, a crise do leite devido ao modelo de produção do Governo e as reformas aprovadas pela bancada governista, principalmente a reforma da previdência que ameaça excluir vários agricultores e agricultoras familiares do sistema de seguridade social.

Ainda, para marcar o dia de protesto os agricultores e agricultoras familiares, num ato simbólico de indignação aos retrocessos do Governo de Michel Temer, derramaram cerca de 100 litros de leite em frente ao prédio.

“Todos sabem que a economia do país não vai ser recuperada de uma hora para outra. O agricultor precisa de soluções urgentes, pois essa crise se arrasta há meses e está cada vez pior. Não vamos permitir que os agricultores paguem pela situação e arquem com o descaso do governo. Exigimos principalmente a retomada urgente de medidas protetivas e de incentivo às políticas públicas que atendam os anseios do setor”, afirma Alexandre Bergamin, coordenador geral da FETRAF SC.

Dentre os diversos fatores que agravam a crise na cadeia do leite está a importação do leite Uruguai, que apenas neste ano, o Brasil comprou 86% da produção de leite em pó desnatado uruguaio e 72% do integral. O sistema adotado pelo Governo enfraquece o a produção e o mercado brasileiro do leite.

“Esse é um Governo contraditório, pois o próprio ministro da Agricultura designa a suspensão da importação do leite, mas o presidente não acata. Vivemos uma conjuntura política de desmonte e de falácia quando Temer e sua bancada diz que o setor não sofre prejuízos”.

O ato político encerrou com uma caminhada até a sede do Banco do Brasil, e prossegue com uma audiência em Brasília entre agricultores familiares e ministro da Agricultura Blairro Maggi, às 9h, nesta quinta-feira 19.10.

Crise no setor leiteiro

Os principais fatores que levaram à queda no preço pago ao produtor foram: importação, retração do mercado consumidor e a grande concentração da atividade leiteira, que exclui famílias da produção. Diante deste cenário, a FETRAF SC, juntamente com seus sindicatos, Confederação e entidades do Campo Unitário, prima por ações de defesa dos produtores de leite, melhores preços e a imediata ação do governo federal para formação de estoque e a suspensão da importação de leite, que no primeiro trimestre de 2017 teve aumento de 76% em relação a 2016, principalmente do Uruguai.

Entre as principais ameaças aos produtores estão: a concentração da indústria com perfil internacional com visão de comodites; a falta de controle sanitário em Santa Catarina, com o sucateamento da Cidasc e a falta de materiais para os exames de brucelose e tuberculose, a transferência de renda pelas indústrias do pequeno produtor (a base de pasto) para financiar a implantação de sistemas de confinamento, pagando valores superiores para agricultores com sistemas de Free Stall. Diante deste cenário, a FETRAF SC reivindica:

- A revisão urgente por parte do governo federal nas importações de leite, estabelecendo cláusulas de barreiras.

- A regulamentação da atividade leiteira em Santa Catarina, com uma política clara de fortalecimento da agricultura familiar e a produção de leite a base de pasto com baixo custo e melhor qualidade. Definindo política de preços, quota de produção e fomento de consumo.

- Criação de uma linha de crédito para as cooperativas e agroindústrias de pequeno e médio porte para não se desfazer de capital e honrar com seus compromissos junto aos agricultores.

- Política de incentivo fiscal às pequenas cooperativas e agroindústrias familiares do setor. Atualmente o estado concede aos grandes laticínios 254 milhões por ano com isenções fiscais. E as pequenas agroindústrias familiares quanto?

- A retomada imediata por parte da Conab das políticas institucionais de compra de leite para estoque regulador.

- Que os pequenos produtores tenham a garantia que seu trabalho não será medido pela quantidade e sim pela qualidade do leite produzido.

- Com relação ao Orçamento do governo federal para 2018, o cenário se mostra ainda mais preocupante que 2017. Somente para a Reforma Agrária, o corte de recursos será de quase 85%: de R$85.403.482 (2017) para R$12.636.521.

Principais pontos de pauta da luta do Campo Unitário

- Contra os retrocessos nas políticas públicas;

- Contra a reforma da previdência;

- Contra a redução do orçamento para o campo;

- Contra o saque aos nossos minérios (Medidas Provisórias 789, 790 e 791);

- Contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN nº 3239) que questiona o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades quilombolas, conforme estabelecido pelo Decreto nº 4.887/2003.

Título: Fetraf SC e movimentos realizam atos em vários municípios contra a crise do leite, Conteúdo: A reforma previdenciária, trabalhista, terceirizações, crise na cadeia leiteira e corrupção no Brasil foram os principais motivos que levaram a Fetraf de Santa Catarina junto com os movimentos sindicais, sociais, estudantis para às ruas em todo o Estado nesta quarta-feira (18/10). Na região Oeste, as manifestações ocorreram nas cidades de Chapecó, Xanxerê, Maravilha, São Miguel do Oeste. A capital Florianópolis também foi palco das mobilizações.   Os atos fazem parte da agenda organizada pelas entidades que compõem o Campo Unitário para a realização da Jornada Nacional de Lutas do Campo Unitário, além da Frente Brasil Popular. A Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Santa Catarina (FETRAF SC) representada pelos coordenadores, agricultores e agricultoras familiares de várias cidades de toda a região estiveram presente nos atos. Em Chapecó, a concentração ocorreu em frente ao prédio da Previdência Social, no centro da cidade. Nas ruas, os manifestantes repudiaram a corrupção que toma conta do Congresso Nacional, os cortes no orçamento público para os programas da Agricultura Familiar e reforma agrária, a crise do leite devido ao modelo de produção do Governo e as reformas aprovadas pela bancada governista, principalmente a reforma da previdência que ameaça excluir vários agricultores e agricultoras familiares do sistema de seguridade social. Ainda, para marcar o dia de protesto os agricultores e agricultoras familiares, num ato simbólico de indignação aos retrocessos do Governo de Michel Temer, derramaram cerca de 100 litros de leite em frente ao prédio. “Todos sabem que a economia do país não vai ser recuperada de uma hora para outra. O agricultor precisa de soluções urgentes, pois essa crise se arrasta há meses e está cada vez pior. Não vamos permitir que os agricultores paguem pela situação e arquem com o descaso do governo. Exigimos principalmente a retomada urgente de medidas protetivas e de incentivo às políticas públicas que atendam os anseios do setor”, afirma Alexandre Bergamin, coordenador geral da FETRAF SC. Dentre os diversos fatores que agravam a crise na cadeia do leite está a importação do leite Uruguai, que apenas neste ano, o Brasil comprou 86% da produção de leite em pó desnatado uruguaio e 72% do integral. O sistema adotado pelo Governo enfraquece o a produção e o mercado brasileiro do leite. “Esse é um Governo contraditório, pois o próprio ministro da Agricultura designa a suspensão da importação do leite, mas o presidente não acata. Vivemos uma conjuntura política de desmonte e de falácia quando Temer e sua bancada diz que o setor não sofre prejuízos”. O ato político encerrou com uma caminhada até a sede do Banco do Brasil, e prossegue com uma audiência em Brasília entre agricultores familiares e ministro da Agricultura Blairro Maggi, às 9h, nesta quinta-feira 19.10. Crise no setor leiteiro Os principais fatores que levaram à queda no preço pago ao produtor foram: importação, retração do mercado consumidor e a grande concentração da atividade leiteira, que exclui famílias da produção. Diante deste cenário, a FETRAF SC, juntamente com seus sindicatos, Confederação e entidades do Campo Unitário, prima por ações de defesa dos produtores de leite, melhores preços e a imediata ação do governo federal para formação de estoque e a suspensão da importação de leite, que no primeiro trimestre de 2017 teve aumento de 76% em relação a 2016, principalmente do Uruguai. Entre as principais ameaças aos produtores estão: a concentração da indústria com perfil internacional com visão de comodites; a falta de controle sanitário em Santa Catarina, com o sucateamento da Cidasc e a falta de materiais para os exames de brucelose e tuberculose, a transferência de renda pelas indústrias do pequeno produtor (a base de pasto) para financiar a implantação de sistemas de confinamento, pagando valores superiores para agricultores com sistemas de Free Stall. Diante deste cenário, a FETRAF SC reivindica: - A revisão urgente por parte do governo federal nas importações de leite, estabelecendo cláusulas de barreiras. - A regulamentação da atividade leiteira em Santa Catarina, com uma política clara de fortalecimento da agricultura familiar e a produção de leite a base de pasto com baixo custo e melhor qualidade. Definindo política de preços, quota de produção e fomento de consumo. - Criação de uma linha de crédito para as cooperativas e agroindústrias de pequeno e médio porte para não se desfazer de capital e honrar com seus compromissos junto aos agricultores. - Política de incentivo fiscal às pequenas cooperativas e agroindústrias familiares do setor. Atualmente o estado concede aos grandes laticínios 254 milhões por ano com isenções fiscais. E as pequenas agroindústrias familiares quanto? - A retomada imediata por parte da Conab das políticas institucionais de compra de leite para estoque regulador. - Que os pequenos produtores tenham a garantia que seu trabalho não será medido pela quantidade e sim pela qualidade do leite produzido. - Com relação ao Orçamento do governo federal para 2018, o cenário se mostra ainda mais preocupante que 2017. Somente para a Reforma Agrária, o corte de recursos será de quase 85%: de R$85.403.482 (2017) para R$12.636.521. Principais pontos de pauta da luta do Campo Unitário - Contra os retrocessos nas políticas públicas; - Contra a reforma da previdência; - Contra a redução do orçamento para o campo; - Contra o saque aos nossos minérios (Medidas Provisórias 789, 790 e 791); - Contra a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN nº 3239) que questiona o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades quilombolas, conforme estabelecido pelo Decreto nº 4.887/2003.



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