Coordenadora da CONTRAF BRASIL Graça Amorim dá depoimento no Fórum Internacional sobre Amazônia

A coordenadora de mulheres da CONTRAF BRASIL diz que modelos atuais de desenvolvimento do agronegócio, como o MATOPIBA, mata homens e mulheres do campo, da floresta e das águas

Escrito por: Assessoria de Comunicação da CONTRAF BRASIL - Patrícia Costa • Publicado em: 13/06/2017 - 17:38 Escrito por: Assessoria de Comunicação da CONTRAF BRASIL - Patrícia Costa Publicado em: 13/06/2017 - 17:38

Nos dias 6 a 9 de junho a CONTRAF BRASIL, representada pela coordenadora de Mulheres, Graça Amorim, participou do I Fórum Internacional sobre a Amazônia, realizado pelo Núcleo de Estudos Amazônicos do Centro de Estudos Multidisciplinares da Universidade de Brasília (UNB).

O Fórum recebeu representantes de diversas comunidades da Amazônia, como também acadêmicos, pesquisadores e técnico-administrativos de Universidades brasileiras e dos países da Amazônia continental, instituições públicas entre outros.

A CONTRAF BRASIL participou dos debates com o objetivo de colaborar com a construção de uma pauta para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia. "Eu acredito que desenvolvimento é você ter uma casinha branca de varanda com uma janela e ver o sol nascer. Para mim, isso é desenvolvimento”, disse Graça Amorim.

Durante sua fala, a coordenadora contesta o modelo de desenvolvimento colocado pelas grandes indústrias e empresas do agronegócio que utilizam o desmatamento como modelo de produção e o uso de agrotóxico nos alimentos. “Tenho muita dificuldade de pensar esse desenvolvimento para o Brasil, acelerado, monstruoso, que por onde passa deixa rastros de destruição. Eu pergunto, onde cabe nós, mulheres e homens, do campo, da floresta e das aguas, neste projeto de desenvolvimento?

No debate, Graça lembra que o Plano de Desenvolvimento Agropecuário (PDA) do Matopiba, que prevê a expansão da fronteira agrícola em áreas dos estados do Maranhão (MA), Piauí (PI), Bahia (BA) e do Tocantins (TO) – é um modelo que agrava a concentração fundiária, a violência no campo e a destruição do cerrado. No entanto, esse projeto é visto por parlamentares da bancada ruralista como modelo de desenvolvimento.

“O Matopiba que sai devastando todo nosso cerrado é apresentado como um modelo de desenvolvimento, então precisamos debater, a academia, as instituições e organizações da sociedade civil e nós, do campo, da floresta e das águas, em qual desenvolvimento estamos falando para a Amazônia. Aonde cabe o homem e a mulher, o agricultor e agricultora, pescadores, trabalhadores rurais, indígenas, quilombolas. Esses megaprojetos que acabam com nossa vida no campo nunca deram certo e jamais darão certo, porque nós que estamos na nossa terra, nas nossas casas, temos o nosso jeito de viver. Esse modelo proposto de desenvolvimento do agronegócio acaba nos matando. Isso, é o que acontece quando a gente luta pela terra”, conta em seu depoimento.

Nos dias de Fórum os participantes trocaram conhecimentos a fim de construir uma pauta que reúna a pesquisa, políticas e ações de desenvolvimento para a Amazônia, considerando a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, recursos naturais e dos povos tradicionais que nelas habitam.

Ainda, no final do evento os participantes deliberaram pela continuidade do Fórum, com uma próxima edição em 2018. 

Título: Coordenadora da CONTRAF BRASIL Graça Amorim dá depoimento no Fórum Internacional sobre Amazônia, Conteúdo: Nos dias 6 a 9 de junho a CONTRAF BRASIL, representada pela coordenadora de Mulheres, Graça Amorim, participou do I Fórum Internacional sobre a Amazônia, realizado pelo Núcleo de Estudos Amazônicos do Centro de Estudos Multidisciplinares da Universidade de Brasília (UNB). O Fórum recebeu representantes de diversas comunidades da Amazônia, como também acadêmicos, pesquisadores e técnico-administrativos de Universidades brasileiras e dos países da Amazônia continental, instituições públicas entre outros. A CONTRAF BRASIL participou dos debates com o objetivo de colaborar com a construção de uma pauta para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia. "Eu acredito que desenvolvimento é você ter uma casinha branca de varanda com uma janela e ver o sol nascer. Para mim, isso é desenvolvimento”, disse Graça Amorim. Durante sua fala, a coordenadora contesta o modelo de desenvolvimento colocado pelas grandes indústrias e empresas do agronegócio que utilizam o desmatamento como modelo de produção e o uso de agrotóxico nos alimentos. “Tenho muita dificuldade de pensar esse desenvolvimento para o Brasil, acelerado, monstruoso, que por onde passa deixa rastros de destruição. Eu pergunto, onde cabe nós, mulheres e homens, do campo, da floresta e das aguas, neste projeto de desenvolvimento? No debate, Graça lembra que o Plano de Desenvolvimento Agropecuário (PDA) do Matopiba, que prevê a expansão da fronteira agrícola em áreas dos estados do Maranhão (MA), Piauí (PI), Bahia (BA) e do Tocantins (TO) – é um modelo que agrava a concentração fundiária, a violência no campo e a destruição do cerrado. No entanto, esse projeto é visto por parlamentares da bancada ruralista como modelo de desenvolvimento. “O Matopiba que sai devastando todo nosso cerrado é apresentado como um modelo de desenvolvimento, então precisamos debater, a academia, as instituições e organizações da sociedade civil e nós, do campo, da floresta e das águas, em qual desenvolvimento estamos falando para a Amazônia. Aonde cabe o homem e a mulher, o agricultor e agricultora, pescadores, trabalhadores rurais, indígenas, quilombolas. Esses megaprojetos que acabam com nossa vida no campo nunca deram certo e jamais darão certo, porque nós que estamos na nossa terra, nas nossas casas, temos o nosso jeito de viver. Esse modelo proposto de desenvolvimento do agronegócio acaba nos matando. Isso, é o que acontece quando a gente luta pela terra”, conta em seu depoimento. Nos dias de Fórum os participantes trocaram conhecimentos a fim de construir uma pauta que reúna a pesquisa, políticas e ações de desenvolvimento para a Amazônia, considerando a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente, recursos naturais e dos povos tradicionais que nelas habitam. Ainda, no final do evento os participantes deliberaram pela continuidade do Fórum, com uma próxima edição em 2018. 



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