A seca já é o nosso maior corte!

100 % da aplicação do fundo constitucional do Nordeste e a garantia dos recursos para transposição do São Francisco é fundamental para região.

Escrito por: Auri Junior ( Coordenador de Juventude da FETRAF/BRASIL) • Publicado em: 30/07/2015 - 15:04 Escrito por: Auri Junior ( Coordenador de Juventude da FETRAF/BRASIL) Publicado em: 30/07/2015 - 15:04

Nesta sexta-feira, (31) o Ministro da fazenda Joaquim Levy, vai a Fortaleza participar da solenidade da celebração dos 63 anos do Banco do Nordeste. O Ministro vai falar na abertura do seminário ‘’O PAPEL DO BANCO DE DESENVOLVIMENTO NA ECONOMIA DO SECULO XXI’’. Seria uma troca de acaso do belíssimo Jardim de Burle Marx, costumeiro em protagonizar eventos de celebrações do banco? Parece que não, uma vez que o evento será fechado a convidados com foco exclusivo para o debate da economia.

Cantado em verso e prosa, a grande carteira do Banco do Nordeste é voltada ao PRONAF. Seriam então os agricultores familiares convidados para o debate com o Ministro da economia? Vão interagir? Fazer perguntas?  Não se sabe!

Neste caso é importante pontuar para o ilustre visitante que as terras do Ceará vivem hoje, juntamente com outros estados da região,  a maior seca dos últimos 80 anos. Conforme as previsões cientificas, existe um forte potencial de seca em 2016 devido a presença do fenômeno el nino e claro, também devido a interferência cada vez mais forte do aquecimento global.  Ministro LEVY, que SÃO JOSÉ nos livre, mas caminhamos para mais um ano de seca. Se a situação hoje está difícil, não deve continuar assim.

É preciso considerar diante dos dados do Censo agropecuário de 2006, que metade dos estabelecimentos rurais familiares do país conglomera-se na região, sendo esse seguimento econômico responsável por 70% dos alimentos básicos que vai a mesa do brasileiro. Os agricultores familiares além de perca nos seus pequenos rebanhos estão cada vez mais sem condição de mantê-los. Agua é produto escasso e cada vez fica mais fica difícil de encontrar.

Precisamos considerar que em tempo de seca , um período prolongado,  em que as pequenas cidades do "sertão a fora" estão em colapso (ou entrando em colapso hídrico),  não tem mais como fazer cortes. A natureza já faz o maior corte que é a seca. Não é possível cortar mais nada! É preciso ampliar e garantir os investimentos, coordenar uma ação estatal enérgica e eficiente com os governos para superação das ‘’crises’’. Isso apenas se dará com investimentos nos mais pobres e na redução das desigualdades regionais ainda tão gritantes.

É preciso lembrar que as secas são fenômenos naturais da região semiárida com registros oficiais desde 1614. O que leva as populações locais a situações de altíssima vulnerabilidade nos períodos secos é a falta de planejamento a longo prazo, e também as políticas meramente de caráter compensatórios em contradição total a capacidade de recuperação dos nordestinos. Precisamos dar crédito a máxima do imortal carioca Euclides da Cunha que versou: ‘’ o sertanejo é antes de tudo um forte’’. Repito: é preciso ampliar os investimentos numa ação estatal enérgica dos governos para que os agricultores retomem um novo ciclo produtivo, aquecendo as economias locais, produzindo alimento, gerando ocupação, renda e desenvolvimento.

Nesse momento de crise hídrica profunda, é preciso garantir todos os investimentos para a redentora transposição do São Francisco e impulsionar os estudos e projetos para trazer água da região do Tocantins para futuramente dar suporte ao velho chico e compreender que os fenômenos do aquecimento global ficam cada vez mais forte a nossa volta. Isso demanda planejamento a longo prazo. O governo da Presidenta DILMA nasceu para isso. Para fazer o que é necessário ao povo e não para guardar dinheiro em cofre ou proteger banco. Não podemos deixar que essa história de crise nos empurre a cometer os erros históricos dos que governaram o Brasil por 502 anos, que não acreditavam no povo e na capacidade de superação dos nordestinos.

Para terminar é importante registrar que nesse momento tem uma PEC tramitando no congresso nacional que requer a atenção de todos os nordestinos. A chamada PEC 87 se passar no congresso, tira de imediato 30 % do que é para ser aplicado na região para os banqueiros com 20% estabelecido para custeio. Em suma, de cada 100 reais que vem para o fundo constitucional do Nordeste, apenas 50% é aplicado na ponta.

A PEC  87 foi encaminhada a Câmara dos Deputados pelo Ministério do Planejamento e pelo Ministério da fazenda de Joaquim Levy. Se passar no Congresso e for sancionada por nossa Presidenta, as perdas imediatas ainda em 2015 seriam de 2,16 bilhões. O Ceará perderia 300 milhões, a Bahia 471 milhões e Pernambuco 309 milhões.

Temos que mobilizar a sociedade, os movimentos e nossos parlamentares para que essa PEC não avance. Afinal um banco de desenvolvimento precisa fundamentalmente investir nas pessoas, no território. Este é o papel que esperamos do Banco do Nordeste. Um banco com uma visão e ação multiterritorial, ajudando os agricultores sem condições de investimento e custeio de produção a juros baixos. Um banco difusor de tecnologias sociais, de mecanismos de acesso a cultura, educação para nossos jovens e nossa população.  Ministro Levy faça como Euclides da Cunha. Acredite na ‘fortaleza’ dos nordestinos e garanta a aplicação de 100% do fundo constitucional do Nordeste para promoção do desenvolvimento sustentável e solidário. Não faça mais cortes, não retire mais nada de nós!

Título: A seca já é o nosso maior corte!, Conteúdo: Nesta sexta-feira, (31) o Ministro da fazenda Joaquim Levy, vai a Fortaleza participar da solenidade da celebração dos 63 anos do Banco do Nordeste. O Ministro vai falar na abertura do seminário ‘’O PAPEL DO BANCO DE DESENVOLVIMENTO NA ECONOMIA DO SECULO XXI’’. Seria uma troca de acaso do belíssimo Jardim de Burle Marx, costumeiro em protagonizar eventos de celebrações do banco? Parece que não, uma vez que o evento será fechado a convidados com foco exclusivo para o debate da economia. Cantado em verso e prosa, a grande carteira do Banco do Nordeste é voltada ao PRONAF. Seriam então os agricultores familiares convidados para o debate com o Ministro da economia? Vão interagir? Fazer perguntas?  Não se sabe! Neste caso é importante pontuar para o ilustre visitante que as terras do Ceará vivem hoje, juntamente com outros estados da região,  a maior seca dos últimos 80 anos. Conforme as previsões cientificas, existe um forte potencial de seca em 2016 devido a presença do fenômeno el nino e claro, também devido a interferência cada vez mais forte do aquecimento global.  Ministro LEVY, que SÃO JOSÉ nos livre, mas caminhamos para mais um ano de seca. Se a situação hoje está difícil, não deve continuar assim. É preciso considerar diante dos dados do Censo agropecuário de 2006, que metade dos estabelecimentos rurais familiares do país conglomera-se na região, sendo esse seguimento econômico responsável por 70% dos alimentos básicos que vai a mesa do brasileiro. Os agricultores familiares além de perca nos seus pequenos rebanhos estão cada vez mais sem condição de mantê-los. Agua é produto escasso e cada vez fica mais fica difícil de encontrar. Precisamos considerar que em tempo de seca , um período prolongado,  em que as pequenas cidades do "sertão a fora" estão em colapso (ou entrando em colapso hídrico),  não tem mais como fazer cortes. A natureza já faz o maior corte que é a seca. Não é possível cortar mais nada! É preciso ampliar e garantir os investimentos, coordenar uma ação estatal enérgica e eficiente com os governos para superação das ‘’crises’’. Isso apenas se dará com investimentos nos mais pobres e na redução das desigualdades regionais ainda tão gritantes. É preciso lembrar que as secas são fenômenos naturais da região semiárida com registros oficiais desde 1614. O que leva as populações locais a situações de altíssima vulnerabilidade nos períodos secos é a falta de planejamento a longo prazo, e também as políticas meramente de caráter compensatórios em contradição total a capacidade de recuperação dos nordestinos. Precisamos dar crédito a máxima do imortal carioca Euclides da Cunha que versou: ‘’ o sertanejo é antes de tudo um forte’’. Repito: é preciso ampliar os investimentos numa ação estatal enérgica dos governos para que os agricultores retomem um novo ciclo produtivo, aquecendo as economias locais, produzindo alimento, gerando ocupação, renda e desenvolvimento. Nesse momento de crise hídrica profunda, é preciso garantir todos os investimentos para a redentora transposição do São Francisco e impulsionar os estudos e projetos para trazer água da região do Tocantins para futuramente dar suporte ao velho chico e compreender que os fenômenos do aquecimento global ficam cada vez mais forte a nossa volta. Isso demanda planejamento a longo prazo. O governo da Presidenta DILMA nasceu para isso. Para fazer o que é necessário ao povo e não para guardar dinheiro em cofre ou proteger banco. Não podemos deixar que essa história de crise nos empurre a cometer os erros históricos dos que governaram o Brasil por 502 anos, que não acreditavam no povo e na capacidade de superação dos nordestinos. Para terminar é importante registrar que nesse momento tem uma PEC tramitando no congresso nacional que requer a atenção de todos os nordestinos. A chamada PEC 87 se passar no congresso, tira de imediato 30 % do que é para ser aplicado na região para os banqueiros com 20% estabelecido para custeio. Em suma, de cada 100 reais que vem para o fundo constitucional do Nordeste, apenas 50% é aplicado na ponta. A PEC  87 foi encaminhada a Câmara dos Deputados pelo Ministério do Planejamento e pelo Ministério da fazenda de Joaquim Levy. Se passar no Congresso e for sancionada por nossa Presidenta, as perdas imediatas ainda em 2015 seriam de 2,16 bilhões. O Ceará perderia 300 milhões, a Bahia 471 milhões e Pernambuco 309 milhões. Temos que mobilizar a sociedade, os movimentos e nossos parlamentares para que essa PEC não avance. Afinal um banco de desenvolvimento precisa fundamentalmente investir nas pessoas, no território. Este é o papel que esperamos do Banco do Nordeste. Um banco com uma visão e ação multiterritorial, ajudando os agricultores sem condições de investimento e custeio de produção a juros baixos. Um banco difusor de tecnologias sociais, de mecanismos de acesso a cultura, educação para nossos jovens e nossa população.  Ministro Levy faça como Euclides da Cunha. Acredite na ‘fortaleza’ dos nordestinos e garanta a aplicação de 100% do fundo constitucional do Nordeste para promoção do desenvolvimento sustentável e solidário. Não faça mais cortes, não retire mais nada de nós!



Informativo CONTRAF-BRASIL

Cadastre-se e receba periodicamente
nossos boletins informativos.